Assistir filmes com amigos definitivamente não combina com críticos de cinema (e olha que eu nem critico sou). Mas acontece que até mesmo um bom filme, com um roteiro interessante, pode virar piada e cair para a palhaçada, se você estiver ao lado de gênios do improviso como são meus companheiros cinéfilos. Um cena mal inserida na trama é o suficiente para destronar qualquer produção.
Os irmãos Grimm (The Brothers Grimm, 2005) conta a lenda de dois irmãos (não, jura?), Wilhelm e Jacob Grimm (respectivamente Heath Ledger e Matt Damon) que ganham a vida como caçadores de monstros e fantasmas em uma França antiga. O que ninguém sabia, pelo menos até os 15 minutos iniciais do longa, é que os dois exterminadores não passavam de trambiqueiros, cujas aberrações capturadas eram suas próprias invenções. Com a ajuda de mais dois gaiatos, o grupo simulava aparição de bruxas, ogros e lobos nos vilarejos próximos e cobravam "pequenas quantias" pela purificação do lugar (alguém se lembrou de Os Espíritos, com Michael J. Fox?).
Tudo corre bem, até que algumas crianças começam a desaparecer de verdade e um general francês descobre a farsa dos irmãos. Ele os obriga a investigar o caso e resgatar os pirralhos, com a punição de morte para o descumprimento. O sádico torturador italiano, Cavaldi, pupilo do general, é enviado junto para garantir a empreitada, o qual mais atrapalha do que ajuda. Pra completar a turma, os dois conhecem uma jovem rancorosa na vila dos desaparecidos. A mulher logo mostra-se uma caçadora nata, bonita e sensual, tipicamente planejada para atrair atenção do publico e fazer o par romântico da trama.
Muitas referências de vários contos de fadas ajudam a montar a história, seja pela introdução que inicia com as palavras "Era uma vez...", pelos jovens capturados pela bruxa má, "Chapeuzinho Vermelho" e "João e Maria" ou, até pelos feijões mágicos do Wilhelm Grimm, o único que acredita em lendas. A própria bruxa (Mônica Bellucci) seria na verdade a Rapunzel, só que esquecida na torre, e que agora deseja voltar a vida com o sacrifício de lindas criancinhas.
O início meio maçante, transforma-se em uma aventura a lá "Jumanji" ou "Desventuras em Série", quando todos partem dentro de uma floresta maligna. Entretanto, concluindo a tese de que assistir filmes com amigos é garantia de risada e esculacho, bastou um ridícula cena de um monstro Bolacha, totalmente descartável, para o filme ser depreciado (com direito a um "vai tomar no cu"), e eu ter outra visão do espetáculo. Uma visão bem cômica rs
Coincidentemente, para azar do diretor Terry Gilliam, a heroína caçadora chama-se Angélica, e até mesmo uma das meninas raptadas tinha o nome de Sasha. Pronto, referências a Luciano Szafir e a bruxa Baratucha do Chapolim Colorado, tornaram previsíveis qualquer suspense que ainda existisse. No final "OMO mostra, OMO faz" descobriu-se que os dois heróis eram na verdade Deby e Loyde, merecidamente por nenhum dos dois ficarem com a boazuda. E depois ainda dizem que "Todos viveram felizes para sempre".
Ah, tenha santa paciência, Batman...;)
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