Uma bela adapatação da história por traz da produção de um clássico da Literatura Infantil que serve para mostrar muitas das angustias vividas pelo homem no alvorecer do séc. XX: inexorabilidade do tempo e a perda da inocência. Um filme que devido ao seu esmerro técnico estaria concerteza presente entre as indicações ao Oscar do ano seguinte, acabou concorrendo a seis estatuetas :Melhor Filme, Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado e Trilha Sonora, levando a última.
Uma das primeiras chamativas que nos leva ao interesse por assistir Finding Neverland (Em Busca da Terra do Nunca) é a presença de atores do calibre de Johnny Depp e Kate Winslet, ambos realmente seguram a barra, claro mais discreto e menos intensos do que grande parte de seu antigos papéis, nda que que seja negativo, mas também, nada que seja muito inesquecível na carreira de tão talentosos atores. Dustin Hoffman também não é muito exigido, assim como Julie Christie. Ficaria a cargo dos guris a sua consagração, coube apenas ao mas velho deles uma interpretação gratificante, embora o papel mais intenso cabia mesmo ao pivete Freddie Highmore, como Peter, a fonte de inspiração da peça.
A Direção de Marc Forster é razoável, pois na medida em que intercala uma boa situação no pensar da época, ele não deixa de tornar o longa um pouco clichê ao desenvolver uma certa relação entre Mathew Barrie, o protagonista interpretado por Depp, e Sylvia Llewelyn Davies, que foi interpretada por Winslet.
O filme trata da história veridica (claro com as costumeiras licensas poéticas) de James M. Barrie, um autor que buscava inspiração para uma nova peça, quando conhece a família Davies, decadente e chefiada pela viúva Sylvia (aí está uma das primeiras licenças utilizadas pelo diretor, pois na verdade, o marido da moça, mãe de na verdade 5 filhos, ainda estava bem vivo, chegando até a ir na pré-estréia da peça). Inspirado nas crianças da família Davies, pela qual nutriu grande afeto, e taí um dos fatores, muito mais do que a relação com Sylvia, que tornaram a situação desconfortável na época, pois, Mrs. Barrie, como era de se esperar em uma sociedade conservadora como aquela, foi, provavelmente, acusado de pedofilia, situação que o filme, talvez por ter um público alvo mais infantil não preferiu abarcar com tanta intensidade, apenas sugeriu.
Nesse sentido, o Roteiro de David Magee, adaptado da peça de Allan Knee, cumprira seu papel no desenvolver da trama. Seja em desenvolver o sentido de fuga da realidade que passava-se na cabeça de Barrie, mostrando a relação de distanciamento que isso levaria dele com sua esposa Mary Ansell Barrie, interpretada pela australiana Radha Mitchell(Terror em Silente Hill e Chamas da Vingança)
Tecnicamente o filme é primoroso,com boa Fotografia, Figurino, Trilha Sonora e Direção de Arte, todavia o destaque fica por conta da espetacular Montagem empreendida por Matt Chesse, são belas passagens nos momentos em que somos levados a Terra do Nunca, a Edição utilizou de recursos arrojados nessas passagens.
Enfim, Em Busca da Terra do Nunca é um bom filme, que deveria ser mais intenso, não apelar em certos momentos, enfatizar mais no processo em si, e não tanto no de inspiração da peça, enfocando as dificuldades de a produzir, des-superficializar um pouco a relação do público com a peça, pois já que ela tão inovador assim. Não. Em Busca da Terra do Nunca não é um mau filme, é divertido em certos momentos, tem um final um tanto morno, bem sugestivo a más indoles com relação a personalidade de Sr.Barrie (entenda-se para a época um homem abandonar sua esposa em detrimento de 4 crianças não seria de forma alguma visto com bons olhos). Não é o melhor que Depp pode nos oferecer, ele por mais que se esforce, será sempre um bom ator em papéis excêntricos. Finding Neverland fica como um passatempo ligeiro, satisfatório na medida do que se propôs.
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