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Cosmos e o fascínio no além das estrelas


A curiosidade com relação ao espaço sideral sempre foi intrínseca ao homem. Desde os antigos egípcios, que se guiavam pela disposição dos corpos celestes e com base neles desenvolviam técnicas de matemática, arquitetura e agricultura, passando pelos gregos e seu interesse no místico por trás do cósmico, fora as tradições de outros povos e culturas antigas com os astros, como os babilônios e os maias. Pulando alguns séculos, durante as corridas espaciais que surgiram a partir da Guerra Fria, o interesse pelo espaço começou a passar por um processo de popularização na cultura americana e , de repente, os heróis das crianças da época deixaram de ser os cowboys de cinema e passaram a ser os astronautas em busca da Lua e de formas de vida extraterrestre. Os filmes e a indústria do cinema acompanharam essa novidade e foco de interesse e começaram também a se voltar para histórias heroicas de desbravadores intergalácticos, ameaças alienígenas e contato com novas dimensões de tempo e espaço. 

Contudo, essa febre só chegou às casas das pessoas quando o cientista, astrofísico, astrônomo e cosmólogo Carl Sagan, que já havia publicado diversos materiais sobre o tema, surgiu com um programa de TV que revolucionaria para sempre a cultura pop a nível mundial. Cosmos (1980) foi uma série de televisão de apenas 13 episódios, que usava do audiovisual para tornar interessante e atraente ao público leigo todos os avanços científicos nas pesquisas sobre o universo. Com um tato poético e fala simples, o criador e também apresentador divulgava informações fascinantes, ao mesmo tempo em que instigava questões a nível existencial e filosófico. 

 

Cosmos foi além de mero entretenimento. O projeto idealizado por um apaixonado como Sagan mirava no objetivo de despertar a verdadeira paixão de seu público para a ciência, de modo que por influência de seus livros e seu programa de TV, centenas de jovens daquela geração optaram por seguir uma carreira em áreas como astronomia, astrofísica e mesmo ufologia. O cruzamento do ceticismo próprio da ciência com o apelo espiritual e místico tão natural das especulações e estudos sobre o universo fervilhou uma febre coletiva em mais de 60 países, com milhões de espectadores mundo afora e o despertar de toda uma nova geração de futuros cientistas. 

No Brasil, a série foi exibida originalmente pela Rede Globo e depois pelo canal TV Escola, mas em formato dublado. A boa notícia é que a distribuidora Obras-Primas do Cinema acaba de lançar Cosmos em versão definitiva, em DVD, em um belíssimo digipack com 7 discos e 4 fotografias. Item especial e raro para colecionadores, Cosmos tem boa qualidade em imagens e som e traz um interessante conteúdo extra com atualizações científicas com relação aos estudos apresentados na época original do lançamento. Não deixem de conferir essa coleção tão especial, que vale a pena ter em casa, e ver (ou rever) um dos maiores fenômenos da cultura popular do último século. 

Comentários (3)

Daniel Borges | quarta-feira, 30 de Agosto de 2017 - 21:11

coleção sensacional!!!

André Araujo | quarta-feira, 30 de Agosto de 2017 - 21:54

Uma grata surpresa encontrar uma análise dessa coleção aqui. Parabéns!

César Barzine | sábado, 09 de Setembro de 2017 - 11:56

http://www.cineplayers.com/series/titulo/cosmos/343

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