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Apesar dos bons momentos de Cersei encarcerada e o treinamento de Arya, não tem jeito: O ápice do episódio foi a batalha em Durolar. Quem aí não gelou a espinha quando Jon Snow foi quase empalado pelo Caminhante Branco? Por alguns segundos tive a certeza que o cara morreria, para na sequência ele transformar o monstro em pó com seu aço valiriano. A matança dos selvagens, a destruição completa da vila, a fotografia, as lutas. Foi tudo um primor. A sequência final, com o rei dos White Walkers erguendo os braços, e invocando seu novo exército de zumbis, apenas com o som do vento ao fundo e Jon Snow observando, boquiaberto já é um momento histórico da televisão contemporânea, daqueles que ficarão eternizados na cultura pop. Se a quinta temporada começou lentamente, e vacilou em alguns momentos, deixando o público com um pé atrás, Hardhome serviu para arrumar a casa e preparar o terreno para o que deve ser um dos melhores fins de temporada de GoT. O que nos aguarda? As únicas certezas são a batalha por Winterfell, Jon e os Wildlings voltando para a Muralha para esperar pelos White Walkers, que sozinhas já prometem. Mas o mundo inteiro da série está para explodir. O inverno chegou.

- por Bruno Marise

Certos elementos ainda se trabalham lentamente, acompanhando-se de forma fragmentária Cersei pagando por suas manipulações de temporadas passadas, Arya tornando-se a discípula do Deus de Muitas Faces no seu árduo e exigente treinamento e a nova articulação de Daenerys e Tyrion, aliança que promete combinar poder e astúcia para tentar dominar a então decadente Westeros, que novamente se agita com as tensões entre a Fé do Sete e a aristocracia e a guerra que se avizinha entre Stannis Baratheon e Roose Bolton no Norte, enquanto Sansa conspira sua rebelião atacando Fedor, fazendo ele lembrar de quem ele realmente é, Theon Greyjoy - e com a confirmação de que seus irmãos Bran e Rickon vivem, o já conturbado Protetorado do Norte dos Bolton ameaça perder ainda mais credibilidade. Mas como a série sempre gosta de nos lembrar - o prólogo do episódio piloto, Sam contemplando o exército dos mortos e descobrindo a utilidade do vidro de dragão contra os Caminhantes Brancos - a longa e fria noite está cada vez meis perto. Poucos personagens se dão conta ou se importam com esse apocalipse, exceto, como de praxe, a Patrulha da Noite. E o lugar que dá nome ao episódio, Durolar, simbolizou que negar a presença da ameaça sobrenatural tornou-se impossível; de forma silenciosa, os Caminhantes Brancos levantaram um exército de mortos-vivos dia após dia; a temporada teve sua primeira explosão em uma daquelas cenas que já nos acostumamos ver no arco da Muralha,lutas pela sobrevivência que já começam perdidas, onde o triunfo é a sobrevivência e a ameaça parece absurda demais para vencer, onde após a avalanche de cortes e música épica de acompanhamento só nos resta o silêncio e os planos longos da sequência onde o Caminhante Branco levanta a mão e desafia de peito aberto o Reino dos Homens - uma das sequências mais sombrias da série, que concentra ainda mais em si o desenrolar de todas as tramas e seus temas - decadência, ameaça e resistência. Após os longos pavimentos que são as histórias dos livros 4 e 5 adaptados nesses oito primeiro episódios, finalmente sentimos os grandes clímaxes se avizinhando nos próximos 22 episódios previstos restantes.

- por Bernardo Brum