Pulp Fiction: Tempo de Violência
"Pulp Fiction" é, sem dúvida, o maior e melhor filme de Quentin Tarantino e já por isso merece ser visto. O diretor do humor macabro e violência explícita, neste longa, aplica técnicas incríveis de montagem e na forma de contar a história dos personagens como nunca se havia visto no cinema.
Grandes performances engrandecem o filme, como a que fez John Travolta voltar ao estrelato e ao reconhecimento (na eficiente interpetação de Vincent Vega) ou a de Uma Thurman e Samuel L. Jackson, que parecem ter sido feitos para aquelas personagens. Não devemos nos esquecer das participações de Ving Rhames, na única atuação marcante de sua carreira, e de Bruce Willis que, como sempre, é o exemplo do homem forte e que luta até o fim (por mais que nesse caso ele passe por algumas enrascadas).
A surpreendente montagem das histórias é o ponto forte do longa. Diferente de "Magnólia", de Paul Thomas Anderson, que liga os casos através de um sentimento em comum, o elo entre as personagens de "Pulp Fiction" é a violência, a vingança, a vida que cada um escolheu para si. Os bandidos que decidem assaltar a lanchonete estão no momento de "redenção" que Julles Weinfield está buscando após o suposto "milagre", que se liga a Vincent por ser seu parceiro no crime, que se liga a Mia Wallace que é mulher de Marsellus, que tem uma dívida pendente com Butch. Diante disso, percebe-se que o que uma personagem faz altera a vida de outras que ela nem conhece - um elo que altera a vida dos indivíduos daquele ciclo.
Antes de ter visto o filme, muitos me diziam que era realmente fantástico e instigante. No entanto, confesso que esperava muito mais de "Pulp Fiction". Talvez seja porque tinha ouvido muita coisa e a expectativa fosse muito grande. O que mais me incomodou foi que o longa chega, certas vezes, a ser muito cansativo e com cenas de violência gratuita, por mais que todos esses aspectos sejam bem colocados e planejados no decorrer da trama.
"Pulp Fiction" merece ser visto por sua agradável trilha-sonora, pela inteligência na montagem, por John Travolta em uma de suas melhores atuações e por Quentin Tarantino, que provou que sabe fazer uma obra-prima que não apele exatamente para a emoção e para a sensibildade.
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