O fascínio dos humanos com civilização em outros planetas existe desde o final do século XIX, com um boca a boca imenso da população do norte dos EUA onde afirmavam estarem vendo objetos não humanos no céu, mas com o tempo foi identificado que o que estava nos ares eram balões dirigíveis um pouco mais exóticos. No inicio da década de 1940, novamente varias fotos eram noticias na capa de revistas e jornais com o slogan que havia sido identificadas as imagens no céu como "Discos Voadores"... Mas dessa vez, a comprovação tido sido de que os tais discos no azul seriam aviões e armas de testes militares do governo. Posteriormente a isso, foi criado a tal da "Ufologia" que acaba por ser o estudo de relatos, registros visuais, evidências físicas e qualquer outros fenômenos relacionados aos objetos voadores não identificados, ou pra ser mais exato, OVNI's. Devido às dificuldades de obtenção de dados confiáveis e de fácil acesso para pesquisadores, até hoje nunca se comprovou nada relacionado a vida inteligente fora de nosso planeta, o que até então constatamos que tudo exibido na atualidade não passa de especulações...
Os ET's, explorados em diversas mídias das mais distintas existentes, obviamente foram analisados e expostos de todas as formas possíveis nos filmes. Já tivemos aliens bonzinhos, assassinos, conquistadores e de tudo o quanto é jeito. "Contatos Imediatos de 3º Grau" é talvez o longa que mais tente se aproximar de um contato pacifico com seres interplanetários. Temos "Sinais", "The Thing", "Guerra dos Mundos" e inúmeras outras obras todas com objetivo de simular os encontros de nossa raça com vida inteligente fora daqui e olha que não sei como a GloboFilmes ainda não tentou fazer um filme sobre o maior caso desse porte de repercussão nacional, "O ET de Varginha". O que eu acho mais curioso é o seguinte, como vimos na colonização de nosso país os portugueses não tiveram nem dó nem piedade dos índios, quebraram o pau por aqui e devastaram tudo o que puderam, então, porque que nós acharíamos que os alienígenas seriam diferentes com a gente? Pois bem, deixemos isso pra lá e pensemos em fé e simbologia.
O filme "Paul: O Alien Fugitivo(Ah! Como eu odeio os subtítulos nacionais) parte de uma premissa bastante simples e criativa, exibindo apenas um alienígena, intitulado Paul. Pois bem, os ingleses Graeme Willy e Clive Gollings estão de chegada à determinada Comic-con, com a paixão que um bom Nerd que se preze sente ao visitar esse lugar. Também estão em busca do local onde, décadas atrás, foi registrada, embora como sempre negado pelo exército e pelo governo, uma aparição extraterrestre na Área 51, pois os mesmos são amantes incondicionais de ET's. No caminho eles encontram o ser mais cool que eles poderiam conhecer, Paul, o resultado do acontecimento mantido em sigilo pelas forças militares. Paul busca, desde então, retornar ao seu planeta, ao mesmo tempo em que tenta se manter longe dos cruéis militares, uma vez que eles querem seu corpo para realizarem experimentos para vários campos, como a medicina por exemplo. Dessas improváveis situações pré-estabelecidas, vamos acompanhar esse trio improvável em uma incrível jornada.
O diretor Greg Mottola personifica mais uma vez a sua imagem de Nerd convicto na dupla Graeme e Clive. Personificação da qual o diretor já havia realizado no excelente "Superbad" e no ótimo "Férias Frustradas de Verão". Na verdade, o texto foi escrito pela dupla principal, Simon Pegg e Nick Frost e os dois logo de inicio já fazem questão de escrachar e ridicularizar as religiões ao redor do mundo ao enfatizarem que a dupla principal segue a crença fervorosa sobre a existência de ET's, agregando isso em suas vidas na forma de crença e fé. A iconografia/simbologia está por todos os cantos, em um complexo universo simbólico de heróis, símbolos, interconexões. E as celebrações não param por aí, se o nerd as vezes deseja apenas uma garota para amar, uma Comic-Con surge as vezes como o olimpo ou o paraíso para eles, já a existência de Deus propriamente dita é um tema que os nerds muitas das vezes não dão tanta importância assim, visto que muitos seguem por assim dizer a religião de "Star Wars" por exemplo, ou outros acreditam serem elfos e por aí vai, mas sempre tendo a ciência como ponto de partida de suas ideologias. Em "Paul", essa premissa de ataque as religiões até funciona nos primeiros momentos da projeção, mas vai perdendo força ao longo da projeção...
Nos dois trabalhos anteriores do diretor, Mottola reverenciava as comédias dos anos oitenta de John Hughes, e aqui a homenagem já é outra e um pouco distorcida por sinal, já que Paul é o irmão politicamente incorreto de "E.T. - O Extraterrestre". As referências são diretas, com cenas de Spielberg discutindo com o alienígena Paul, a trama de E.T. e alusões sem rodeios a "Contatos Imediatos de Terceiro Grau". E essas referencias surgem ao montes, em vários momentos nos remetemos a um tom de nostalgia muito gratificante e memorável. As situações criadas, obviamente surgem como totalmente inacreditáveis, mas neste conceito de incertezas que o teor de comédia arremata o espectador e Paul é aquele amigo que você sempre quis ter, que você toma aquele porre memorável e sai quebrando a cidade toda ou até mesmo para desabafar sobre aquela mulher que destruiu seu coração e está te fazendo sofrer. O alien possui uma composição bastante similar ao Dude de "O Grande Lebowski".
A alma e coração da fita evidentemente é Paul. 'Cool' e memorável desde seu design inicial, formidavelmente trabalhado pela equipe de produção, pois a veracidade dos efeitos especiais era extremamente necessário para trazer veracidade a trama. Seu olhar amigável e transmissor de tamanha confiança, nunca foi tão gracioso em saber como seria um extraterrestre que fuma maconha e faz a zoeira toda por aí. Para a finalização do mote principal do personagem, era preciso uma voz potente e condizente com os traços porra louca de Paul e nada melhor do que chamar um ator conhecido por sempre fazer papéis semelhantes, Seth Rogen. Rogen equilibra otimamente bem a simpatia, humor e drama do alien. A simpatia é criada de imediato, até mesmo a comoção que se é criada pela condição da qual se encontra Paul pois o camarada está longe de casa e ainda por cima a maioria das pessoas que tentam se aproximar dele, querem mata-lo. O restante do elenco de apoio se saí muito bem conjuntamente, Jane Lynch, David Koechner e Jason Bateman comprovam tato para comédia, mas o destaque acaba sendo para Sigourney Weaver na pele de "The Big Guy", primoroso.
A dupla Pegg / Frost da "trilogia" "Todo Mundo Quase Morto", "Chumbo Grosso" e "Heróis de Ressaca" repetem o timming cômico que os tornaram conhecidos mundialmente, mesmo que esse não seja o melhor dos seus trabalhos. Funciona habilmente também na construção de uma parábola e critica as tantas religiões que existem mundo a fora e como um estudo despretensioso sobre fé. Além disso, pode ser descrito como uma incrível jornada de alto conhecido da qual todo "nerd" de verdade deve percorrer para alto se afirmar e garantir seu amor próprio e conhecimento interno. O texto capenga um pouco e desliza em várias sequencias. "Paul" não é a comédia definitiva sobre alienígenas. E tão pouco irá te abduzir para outro planeta. Se fizer isso, irá te devolver para casa da mesma maneira que o encontrou. Mas você se lembrará de Paul, o ET maconheiro e por hora isso já é suficiente.
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