Neto é um adolescente de classe média baixa que acaba "pirando", mas por outros motivos. Seu pai, acidentalmente, acha um cigarro de maconha na blusa do filho e decide interná-lo num manicômio. É isso mesmo! O pai leva ao extremo a expressão "estar bem louco" e o prende num hospício. Na verdade o louco da história é seu pai...
Lembro que na época em que o filme foi lançado, muita gente torceu o nariz para Santoro, pois o mesmo era o queridinho da mulherada, galã absoluto da emissora do Plim-Plim... Ao final das sessões exibidas em várias mostras, todos aplaudiam de pé sua atuação que ao final é o grande atrativo do filme.
Da parte técnica, a fotografia é excelente. Escurecida e com tons de sépio, ela foi executada de forma quase documental, pouco utilizando tripés e equipamentos por parte do diretor de fotografia, Reginaldo Abranchés. Fato afirmado em determinadas cenas do filme em que somos "transportados" ao ambiente em questão.
O filme tem seus defeitos como uma montagem um pouco confusa e erros na narrativa e roteiro, mas nada que comprometa o resultado final.
A violência sádica dos enfermeiros, que usam todos os recursos do hospício para subjugar os pacientes, desde a antiga camisa de força, o quarto "forte" e o eletrochoque, terrível arma que apaga a memória imediata e que se aplicado com frequência pode levar uma pessoa a deixar de ser gente, a perder a vontade e a consciência de si, a ser um "zumbi".
O manicômio, que supostamente deveria curar o paciente, acaba por deixá-lo louco e mais alienado do que nunca, sem nenhum estímulo para o intelecto nem para o físico, e com funcionários violentos, resta-lhe apenas isolar-se em seu próprio mundo. O filme é encerrado com o pai lendo uma carta de Neto, ou seja, ouvindo pela primeira vez a voz do filho. Triste, angustiante, sem esperança e desolador...
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