Grandiosidade. Esta é a palavra que resume os números megalomaníacos do épico “Ben-Hur”, superprodução dirigida por William Wyler e estrelada por Charlton Heston, que utilizou milhares de figurantes em aproximadamente trezentas locações, felizmente, para contar uma bela estória de forma bastante competente. Com cores vivas e um visual deslumbrante, o longa narra a trajetória de um jovem judaico que vive uma verdadeira odisseia na Judeia dominada por romanos nos tempos de Jesus Cristo – que, aliás, cruza seu caminho em momentos cruciais de sua vida.
O príncipe judeu Judah Ben-Hur (Charlton Heston) acaba de reencontrar seu amigo de infância Messala (Stephen Boyd), agora um soldado romano, quando uma fatalidade aparentemente boba acontece: a família de Ben-Hur está assistindo ao desfile do novo governador da Judeia da sacada de casa quando um tijolo se solta. A queda do tijolo é interpretada como uma tentativa de assassinato e Ben-Hur, a mãe e a irmã vão presos. Judah pede que Messala interceda por eles, mas não adianta: agora eles estão de lados opostos no mundo do poder romano.
O visual deslumbrante de “Ben-Hur” é resultado de um trabalho técnico em conjunto da mais alta qualidade. A começar pela perfeccionista Direção de Arte da dupla Edward C. Carfagno e William A. Horning, que trabalha detalhadamente em cada uma das muitas locações que o longa utiliza, conferindo bastante realismo e ambientando perfeitamente o espectador à trama. O figurino de Elizabeth Haffenden nos remete totalmente a época de onde se passa o filme. Já a direção de fotografia ficou a cargo de Robert Surtees que realça o deserto e todas as cores vivas como se fosse uma pintura na tela. A montagem de John D. Dunning e Ralph E. Winters trás totalmente dinamismo e poderia muito bem ter se tornado confusa e perdida, mas graças a competência da dupla isso não acontece, pelo contrário temos total domínio do que se passa na tela, claro se você ficar atento pois a fita possui mais de 3 horas de duração.
“Ben-Hur” surgiu como um livro em 1880. A história por trás do livro por si só já daria um filme: Lew Wallace, general combatente na Guerra de Secessão, resolveu escrever um livro a partir de suas próprias pesquisas sobre o Cristianismo. Wallace percebeu, ao conversar com um coronel agnóstico, que sabia muito pouco sobre Cristo. As pesquisas de Wallace serviram para que ele revalidasse sua fé e assim sua obra surgiu para louvar Jesus, tanto é que o título original é “Ben-Hur: uma história de Cristo”. O livro se tornou logo um best-seller, sendo até abençoado pelo Papa. O livro é muito minucioso em suas descrições e na maneira como usa a Bíblia como fonte.
O orçamento final de "Ben-Hur" foi de aproximadamente U$S 15.000.000,00 mas isso já não importava mais. As filas dobravam quarteirões em todas as esquinas do mundo e o épico acabou quintuplicando seu custo, deixando William Wyler e os produtores com os bolsos abarrotados e grandes sorrisos nos lábios. Na noite do Oscar não teve pra ninguém, concorrendo a 12 Oscar só perdeu na categoria de melhor roteiro adaptado injustiçadamente já que Karl Tunberg também merecia levar sua estatueta para casa.
To esquecendo de alguma coisa? Claro! Na minha opinião a melhor cena de ação do cinema continua sendo a tão famosa "corrida de bigas". Só a famosa corrida, com nove minutos de duração, levou cinco semanas para ser filmada. A grandeza da sequência ajudou a criar várias lendas, a maioria incluindo a morte de cavalos e dublês, o que de fato não aconteceu, mas serviu para atiçar ainda mais a curiosidade do público.Toda a cena é visualmente perfeita, repleta de planos magníficos e carregada de adrenalina. É impossível não se envolver na competição e torcer pelo sucesso de Ben-Hur e a forma como Wyler conduz a corrida é responsável por isso. O diretor alterna entre planos distantes que mostram a grandiosidade do local, com arquibancadas lotadas e a enorme pista de corrida, e planos inacreditavelmente realista. Eu seria capaz de vender meu rim para ter visto isso de perto, hehe. Sem sombra dúvidas uma das maiores películas da história!
Ben-hur supera os limites do espetacular. Nota 10 com louvor. E concordo contigo "corrida de bigas" é a melhor cena de ação mesmo. George Lucas tentou copiar no episódio 1 mas faltou originalidade srsrs. Parabéns pela comentário.
Quando eu assisti Ben-Hur pela primeira vez, pensei que o filme era da década de 70/80 só pela corrida de bigas. É um filme muito a frente de seu tempo.
filme gigantesco em todos os sentidos.
Soberbo em sua produção que se aproxima da perfeição com louvor. Perde alguns pontos pelo didatismo religioso conduzido com inocência, até mesmo para a época. Mas sem dúvida, segue com um dos melhores e mais importantes épicos do cinema.