DIREÇÃO INSPIRADA, ELENCO MUITO BOM, ROTEIRO IMPARCIAL SOBRE ATÉ AONDE VAI A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E QUE PODEMOS CHEGAR A QUASE INSANIDADE TENTANDO EXERCER O QUE ACREDITAMOS.
TODOS ESSES FATORES FAZEM DESSE FILME, UMA EXCELENTE CINEBIOGRAFIA DOS ANOS 90.
Milos Forman exibe com calma em sua direção toda a faceta peculiar de Larry Flynt desde do seu inicio sendo um empreendedor do sexo, e nas cenas de tribunal com Flynt quase chegando a insanidade querendo provar e exercer sua liberdade, os diálogos são fortes mais não apelativos e Forman tem o cuidado de deixar tudo imparcial são argumentos fortes nesse jogo da Liberdade x Conservador.
Forman não entrega a resposta em sua direção quem assiste vai julgar, não transforma Flynt em uma figura maniqueísta não é vilão nem vitima só alguém que fez o que acreditava foi persistente e acabou arcando com as consequências também.
O elenco também tem destaque em três principais personagens:
Edward Norton interpretando o advogado Alan Isaacman o contraponto de Flynt, sua atuação contida é eficiente porquê precisa defender uma figura peculiar que é Larry Flynt, ele mesmo parece não gostar da revista Hustler e expõe isso, mais crê no direito que todos tem de se expressar e pulicar o que quiserem.
Se torna amigo de Flynt após tanto defendendo suas ações fora do comum nos tribunais e além da amizade sem hipocrisia também o fator dinheiro para ele continuar, Larry tinha consciência que um advogado competente precisa ser bem pago para continuar defendendo um cara dessa personalidade forte e imprevísivel.
Courtney Love em uma atuação muito boa interpretando a instável Althea Flynt, ela transmite muito bem a mulher, sócia, esposa que ficou com Flynt até o fim mesmo com a vida conturbada que tiveram entre processos judiciais, perseguição religiosa, a instabilidade emocional dela e do próprio Flynt, eles continuaram juntos.
Mais é Woody Harrelson quem aqui entrega talvez sua melhor atuação interpretando Larry Flynt.
Harrelson sempre é visto em personagens coadjuvantes, ou participações menores, mais aqui interpretando o protagonista se saiu muito bem.
Ele aqui transmite a personalidade de Flynt desde o empreendedor com visão que podia rivalizar com outras revistas se a sua fosse diferenciada, exibindo o que as belas mulheres que trabalhavam em seu clube de striptease podiam fazer no sexo.
Até chegar em sua insana atuação em tribunais defendendo sua causa, um cara persistente e bancou as consequências fisicas e emocionais de ir contra os Eua conservador dos anos sessenta
Harrelson realmente em excelente atuação, da luta para defender sua causa, até em cenas que pede desculpa e faz um apelo para as pessoas que sempre estiveram a seu lado não o deixarem mesmo sendo difícil bancar sua lutas contra o sistema conservador.
Mais nada disso se sustentaria fazendo esse excelente filme se não fosse o roteiro que não é maniqueista, Flynt não é a vitima e nem o algoz.
Ele foi alguém que defendeu o que acreditava e foi até as ultimas consequências irreversiveis, consequências essas em um atentado que o deixou paraplégico.
Ele foi corajoso de tocar em um tema que é Tabu até hoje a religião, mais infelizmente sempre vai haver retaliação.
Flynt não imaginou isso, mais quando se mexe com tabus religiosos muitas vezes não se contentam em achar de mau gosto a publicação( o que é um direito de todos claro), mais eles vão além e precisam atirar em quem é o Diabo aos olhos deles.
Não que Flynt no filme foi retratado sendo vitima, ele bancou seus processos e tudo que acreditava, era difícil conviver com alguém que se mostrou persistente mais quase perdeu seu bom senso , e quase afastou até os mais próximos dele, igual seu amigo e advogado Alan.
Apesar de alguns avanços desde essa história dos anos sessenta até hoje em dia, o mundo ainda convive com extremistas que não se contentam em só discordar mais precisam de uma retaliação fisica e cruel para se afirmar em suas crenças.
Enfim muito boa cinebiografia dos anos 90, não chegando ao status de Obra Prima mais um trabalho muito inspirado de Milos Forman.
Se tornando em alguns momentos atemporal, porque sempre vai existir a luta:
LIBERDADE DE EXPRESSÃO X CONSERVADOR.
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