Não assisti "Sideways" nem "Os Descendentes", mas "As Confissões de Schimidt" e este "Nebraska" já me fizeram admirador do cinema de Alexander Payne. Seus filmes contam histórias tocantes de pessoas comuns, que buscam redenções simples. De forma hábil, o diretor e roteirista insere comédia em situações dramáticas, retratando a vida patética no meio-norte dos Estados Unidos, numa linha que vai do Idaho à Nebraska, passando por Dakota do Norte, Dakota do Sul, Montana e Wyoming.
Em "Nebraska", Bruce Dern - ganhador da Palma de Ouro em Cannes de Melhor Ator e indicado ao Oscar - é Woody Grant, idoso "mais pra lá que pra cá" que acredita ter ganho US$ 1 milhão a partir de um anúncio numa revista. Para receber o prêmio, precisa ir até Lincoln, Nebraska, levar o papel, contra a vontade da mulher e dos filhos, que sabem que tal "prêmio" não passa de isca para que idosos assinem revistas.
A partir de então, o diretor mostra de forma bem-humorada, sensível e terna a fragilidade da velhice e o amor de um filho por seu pai. O elenco é um dos pontos altos do filme - assim como o roteiro de Bob Nelson. June Squibb foi injustiçada ao não ser premiada com o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante como Kate a esposa língua-de-cobra de Woody. Will Forte, que faz seu filho David, também foi injustiçado ao sequer ser lembrado para a categoria de Ator Coadjuvante. Coisas de Hollywood...
O roteiro de Bob Nelson, inteligente e certeiro, foi também indicado ao Oscar, mas perdeu para "Ela", de Spike Jonze.
O único senão vai para a fotografia em preto-e-branco. Não compreendi por que optou-se por ela. Adoraria ter visto as cores dos personagens e da paisagem.
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