Sem graça.
Essa é a melhor expressão para definir o 3° episódio de uma das mais lucrativas séries do cinema. Depois dos ótimos Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra e Piratas do Caribe: O Baú da Morte, Piratas do Caribe: No Fim do Mundo está aqui para completar o arco iniciado no filme anterior. Enquanto O Baú da Morte era divertido, engraçado cheio de mistérios e com produção surpreendente, No Fim do Mundo não responde as perguntas de maneira satisfatória, enquanto mais e mais vão surgindo.
Além de um roteiro esticado ao máximo e pouco conteúdo, as coisas começam de maneira brusca. Depois de um começo extraordinário e sombrio, o filme vai se sustentando à base da viagem à Cingapura, traições, resgate de Jack Sparrow, traições, reunir os Lordes Piratas, traições, lutar contra Davy Jones, traições, traições e mais traições... Aqui não há emoção no que é visto. São situações que vão se tornando fúteis conforme vão acontecendo. Aqui, o grande vilão que era Davy Jones, se torna apagado e só dá as caras quando o filme se aproxima do fim, somente para um confronto de espada contra Sparrow. As belas ilhas e a fotografia exuberante que ressaltavam as belas paisagens do Caribe, dão lugar à uma visão vazia e sem graça.
É claro que o filme não é de todo o mal. Resta a brilhante direção de Gore Verbinski, conduzindo o filme à todo vapor. A excelente trilha sonora de Hans Zimmer ressalta os momentos mais grandiosos do filme, como a cena do redemoinho. Nada comparado com o palhaço do circo, o astro do show, o sempre divertido e carismático Jack Sparrow. Johnny Depp continua interpretando o pirata canastrão de uma maneira única e divertida. É uma pena que esse ótimo personagem acabe se tornando quase um coadjuvante, dando lugar aos fraquíssimos Keyra Knightley e Orlando Bloom, que ficam ali com o seu casalzinho que já deu o que tinha que dar desde o filme anterior. Aqui, só servem para arrastar ainda mais o filme. Graças a Deus não estão presentes na aventura seguinte, dando lugar à belíssima e talentosa Penélop Cruz. Felizmente, temos Geoffrey Rush na pele do pirata Barbosa, cada vez mais imponente e divertido, aqui com uma richa com Jack Sparrow.
Enfim, o que era para ser um final grandioso e digno, acabou se tornando um filme tedioso e sem graça, chegando ao ponto de ser decepcionante. São poucas as cenas que impressionam e divertem e variadas são aquelas sem graça e que beiram o ridículo (Deusa Calypso?? Jackzinhos?? WTF???!!!). 5 Estrelas pela grandiosa produção e efeitos especiais de tirar o fôlego; pela excelente direção de Verbinski; pela excelente trilha sonora de Hans Zimmer; pelas ótimas cenas com Johnny Depp, Geoffrey Rush, Bill Nighy e o elenco de apoio; e pelas poucas cenas que realmente divertem e trazem alguns ares do que a franquia já foi um dia. Diferente dos outros filmes, aqui não sentimos a mínima vontade de aplaudir freneticamente assim que o "directed by" surge na tela. É uma pena.
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