Lupas (13)

Não gosto desses filmes nacionais que incluem celebridades da vida real, fica com cara de novela das 9.

Não sei o quanto gostei, mas entre essa leva realista e progressista que mostra a mazela do cidadão comum (e de diferentes faixas etárias, orientações sexuais, etc) é um dos mais bem realizados. Os outros que vi daqui de Minas me pareceram aquém e o final de Marte Um é de uma ternura rara de se ver no cinema brasileiro.

Um dos bons filmes brasileiros dos últimos tempos. Tudo se alinha perante o caos.

Acerta muito na química entre os atores e na encenação de conflitos e afetos. Merecia uma conclusão menos apressada.

Recebemos tanta pressão familiar, dos amigos, dos relacionamentos, das nossas próprias ambições e dos nossos próprios desejos que criamos uma ideia de simplesmente querer sair, de uma fuga. Uma ideia que pode ser tão brusca, tão agressiva que a hipótese de, literalmente, viver em outro planeta acaba parecendo razoável. Cena final belíssima.

Ainda que eu considere a questão política esboçada irrelevante, ainda mais considerando o contexto do conto, que retrata um viés de questões cotidianas que independem de política pública, penso que é um grandioso trabalho cinematográfico especialmente quando foca na simplicidade, nos desejos, nos sonhos, no escape daquela vida, que não é de miséria mas de batalha diária. Grande mérito em não julgar e não ser panfletário em nenhum momento; Todos os atores espetaculares apesar da minha dificuldade

a beleza aqui está nos dilemas particulares de cada membro da família, singelos, humanos, e por isso tão acertados. peca na catarse apressada; quando os conflitos se encontram, minutos depois eles se dissolvem no ar e o longa acaba, mas não sem ter uma acolhedora cena final

Não é bem o que dizem ser, mas não lhe faltam qualidades narrativas e ótimas atuações. A turma do cinema mineiro acerta de novo na análise de um Brasil de gente que se encontra virando a esquina ou bem ao lado, vivendo seus dramas e dilemas sem filtro, lidando como pode com o balanço da vida.

Marte um narra a história de uma família pobre, focando nos sonhos e projetos que eles têm a cerca vida. O caçula da família tem o desejo de ser um astronauta e participar de um projeto da Nasa para colonização de Marte, o tal Marte um, daí o título da película, mas todos os membros da família tem seu lugar de destaque e desenvolvimento do roteiro, com um final lindo e digno da representação simbólica a que a busca por encontrar-se e de ser alguém se idealiza.

Lindo filme. Achei o som no início meio difícil, mas depois melhorou. A atuação dos pais do menino é espetacular.

Em um país tomado de assalto pela extrema-direita, uma família negra e periférica tenta sobreviver em meio aos problemas cotidianos do capitalismo com os questionamentos sociais inerentes aos seus efeitos colaterais, mas Gabriel Martins consegue encontrar esperança sem deixar de escancarar inúmeras dificuldades que matam os sonhos, mas teremos de resistir. Um filme lindo.

Que sinopse é esta que coloca o proletariado como "classe média baixa"? Enfim, que filme alimentador do frescor das dificuldades contemporâneas e as suas superações. Aliás, dificuldades já não tão contemporâneas assim.

Na sessão que eu fui hj em BH, no final do filme teve aplausos.