
- Direção
- Václav Marhoul
- Roteiro:
- Václav Marhoul (roteiro e adaptação), Jerzy Kosinski (romance)
- Gênero:
- Drama, Guerra
- Origem:
- Eslováquia, República Tcheca, Ucrânia
- Duração:
- 169 minutos
Lupas (6)
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Nem tão alto quanto a pretensão do diretor, nem tão baixo quanto as notas recebidas. A mensagem do horror da segunda guerra é passada, ainda que de forma massante. A fotografia e a atuação mirim elevam a obra.
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A simbólica cena do pássaro pintado já diz tudo sobre sua mensagem-central. Mesmo não apresentando a mesma excelência de obras como Vá e Veja (1985), é um retrato realista e brutal dos horrores da Segunda Guerra na Europa Oriental, sob os olhos de uma criança que tem sua inocência e humanidade dilacerados, pouco a pouco, pelos abusos (físicos e psicológicos) a que é submetida em sua tortuosa jornada. Ao final, resta-nos torcer para que sua identidade sobreviva ao calvário da natureza humana.
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Há uma tentativa de emular filmes como "A Infância de Ivan" e "Vá e Veja", mas faltou estofo para trabalhar a poesia de Tarkovsky ou a agressividade de Klimov. Em alguns momentos o filme se torna vazio e repetitivo. Ainda assim faz valer seu ponto de vista: O mal é uma força que quando liberta não poupara nada nem ninguém. A segunda guerra foi, principalmente no leste europeu, um rastro de loucura, violência, destruição, ódio irracional, desumanização. Vale uma conferida de qualquer forma.
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Com uma direção e fotografia primorosos, mas um roteiro que se perde em seus próprios conceitos, dando uma experiência atordoante e vazia. Ao mostrar um protagonista inocente em mundo opressivo e corrompedor, o diretor falha em se aprofundar nas ideias que quer trabalhar e se foca mais em proporcionar uma violência gratuita e injustificada ao público. Claramente inspirado em "Vá e Veja", de Elem Kilmov, mas sem a profundidade de temas e a poesia cinematográfica que lá foram alcançadas.
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Ao longo de quase três horas, com uma fotografia excepcional, vemos várias pessoas de diferentes idades, profissões, crenças afetando a pobre vida de um menino abandonado em plena Segunda Guerra. Com abusos e torturas, observamos o linchamento de um grupo contra quem não tem como se defender pelo simples fato de ser diferente, por ser marcado na pele como os judeus, por ficar pintado como o pássaro. Porém, a ideia se perde e o filme fica sem identidade, a violência vira recurso apelativo.
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Tem a sua profundidade na ideia da manipulação de todas as instituições que o garoto passa, todas as pessoas são corrompidas e corrompem, cada uma tentando manipular ele e o encaixotar. No fim, embora se reencontre de uma certa forma, já é um ser corrompido, criado pelo mundo que passou e que no principio lutou contra. Mas não valida o filme e suas angustias, a profundidade não é tão bem explorada e muito se torna enfadonho. Fazendo que as quase 3h se tornem muito pesadas e a violência vazia.