A falta de estética proposital de Sang-soo somado à um roteiro desleixado que pouco oferece em termos filosóficos além de inoperante no que concerne à fluidez dos diálogos fizeram da sessão um enorme exercício de paciência mesmo com sua curta duração.
"Por que a unica forma de mudar as coisas é olhar para tudo novamente de uma forma bem devagar" Muito belo como Sang-soo consegue passar sua poesia e transmitir sua visão sobre o cinema, a arte e sobre como somos, no fundo, seres sensíveis e que constantemente nos transformamos. Tanto pelas coisas que definimos de nos mesmos, mas também sobre cada instante, cada interação. Mesmo que acabemos onde começamos...
SSH com o seu cinema implícito e morno. A simplicidade de suas estórias não encanta, assim como os seus subtextos pífios. Aqui, ele chega ao ponto de uma matinê, e na tentativa de falar como um Antonioni, acaba caindo no total vazio que ele tanto busca.
Toda uma visão de mundo em um diálogo: "Por que você tira fotos? Porque a única forma de mudar as coisas é olhar para tudo novamente de forma bem devagar". Mais uma bela poesia de Hong Sang-soo.
Acho legal a forma como Sang-soo coloca na personagem de Huppert comentários sobre o seu próprio cinema, mas é um filme com muito pouco a oferecer na obra dele e eu não gosto tanto dessa sua série de filmes com e sobre a Kim Min-hee.
Uma das mais belas odes a atuação cênica dos últimos anos, livre de quaisquer pretensões além do prazer narrativo de personagens vivenciando momentos, em plena comunhão. Amo como Hong faz três filmes por ano com graça própria, e a leveza única de um Ozu.
Falar, falar, falar... e ainda assim deixar lacunas. Os diálogos aparentemente simplórios e despretensiosos de Sang-soo deixam entrever a angústia da incomunicabilidade, ainda que sem tanto brilho e energia como já se ouviu antes.