Com uma direção intensa e variações narrativas que mostram a perturbação psicológica da protagonista, ao tentar se recordar, racionalmente, do drama que viveu, J. Fox expõe a crueldade macabra por detrás da pedofilia. O roteiro é simples e sem diálogos contundentes, mas L. Dern convence, ao passar a angústia que aumenta a cada lembrança dura de Jennifer (a edição entrecortada atrapalha um pouco a sequência, mas ajuda a passar a "confusão mental" da personagem). Faltou um final mais marcante.
À medida que avança, vai se revelando mais desconcertante e pontua uma questão crucial: até que ponto podemos confiar na memória e quanto do que supostamente lembramos não são narrativas que servem de tábua de salvação? Dern em composição formidável e a maravilhosa Burstyn de brinde completam essa corajosa investigação de tons fortes.
Um tema muito delicado, retratado de uma maneira magnífica, Jenny adulta, sendo convencida por Jenny criança, que todo aquele romantismo foi lindo, Jenny adulta não se convenceu, só quem passou por isso sabe a dor que isso pode acarretar #ParaSempre....
Apesar da coragem em termos de produção - há cenas deveras desafiadoras - e concepção - ótima maneira de externalizar traumas reais -, The Tale é bem utilidade pública contra a pedofilia do que cinema. E isso tá tudo bem.