Lupas (7)

Interessante estudo de sexualidade e da capacidade de se reprimir pelas expectativas do entorno. A naturalidade torna a jornada tão real quanto banal, reservando escolhas cruas que provocam por virem sem questionamento, como já deu para sentir crescendo no cinema de Hittman.

A descoberta da homoafetividade, a rejeição, negação, culpa, prazer e dor, até se chegar na aceitação, os amigos, família, parceiros, um retrato complexo e sincero, situações repugnantes no comportamento do protagonista, entretanto super compreensíveis dadas as circunstâncias, o roteiro nos faz imergir no íntimo de Frankie, sentimos empatia, sofremos suas dores e amores, assumimos a cumplicidade, lindo, sensível, delicado, triste, preconceituoso, maravilhoso...

Um retrato meio cru de um adolescente querendo se encontrar. Na verdade, ele e o filme estão nessa jornada, uma vez que falta ao roteiro amarrar suas pontas. Mas essa viagem intimista, com um personagem ótimo, é gostosa de ver. Tão potencialmente nocivo quanto as drogas, é o armário e a necessidade de ser aceito.

Indeciso e arrastado, faz passar raiva com seu protagonista e o excesso de lacunas nos diálogos e nas próprias cenas. Por serem demasiadamente em aberto, parecem revelar uma falta do que dizer.

Uma competente direção, com excelentes atuações dentro de um panorama bem atual. A história coloca o personagem de frente a situações que exigirão mais do que somente o conformismo -lugar comum para o tema- e mostra que é tão reflexiva quanto enérgica.

Uma boa atuação do protagonista. Filme repeteco do gênero. Fui pela premiação da direção, mas não há destaques e muito desenvolvimento aqui.

Tirando o olhar feminino para um tema tão fora da sua realidade, Beach Rats tem nada de realmente especial ou inédito, sendo competente em sua realização que navega num coming of age gay e tormentos da adolescência com drogas e sexo. De decolagem curta.