Lupas (24)

Um dos filmes nacionais que mais me surpreenderam positivamente nos últimos anos. Entre Abelhas conta uma história muito boa cheias de metáforas pertinentes, apesar de óbvias. Porchat finalmente atua, e o final é muito inteligente. Poderia ser melhor, o filme meio que dá uma barrigada no segundo ato, a edição também é meio picotada, e tem umas piadinhas fora de hora (deve ser cacoete do Porta dos Fundos), mas no geral, é um bom filme que mostra que é possível fazer coisas diferentes por aqui.

A aflição de mesmo em uma grande cidade não conseguir saber direito quem são os milhares ao seu redor é bem real, não precisa nem de uma doença misteriosa. E, às vezes, aquela pessoa anônima que vimos uma única vez tem o potencial de mudar a nossa vida.

Tentativa interessante de relacionar uma doença que não nos permite enxergar com nossas crises, inseguranças, ansiedade. Ao decorrer do longa e da evolução da doença, tal situação de não ter oportunidade de conviver com o outro, apenas o relembrando na memória faz Bruno(Porchat) tentar reviver suas experiências afim de achar uma solução. O problema é que essa ideia ficou apenas na ideia, sua execução pareceu nunca achar o tom certo do filme, e as personagens todas muito caricatas e clichés.

Não apenas sobre não ver mais as pessoas mas começar a se esquecer delas. A discussão sobre isolamento e solidão embutida na metáfora é bem-vinda e o trabalho ao todo é notável com drama e humor na medida.

Boa surpresa esse filme que escapa do que o seu marketing propõe ao revelar-se um ambicioso drama agridoce cujos alívios cômicos não chegam a diminuir o gosto amargo que permanece até o final. Mesmo pesando no tom vez ou outra, se sai bem.

Já mereceria elogios por destoar de quase tudo do cinema nacional que chega no circuito comercial. Não bastasse isso, o filme, ancorado na boa atuação de Porchat, sabe explorar sua ótima premissa, e os momentos de alívio cômico funcionam. Ótima pedida.

O argumento é arrebatador e Porchat se mostra bastante competente para desenvolvê-lo, tanto cômica quanto dramaticamente. Grata surpresa.

Proposta interessante

Estar presente e ao mesmo tempo não estar, num mundo conectado mas de superficialidade abissal nas relações. As metáforas, alguns belos enquadramentos e boa parte da linha cômica deixam o filme redondinho, bem conduzido e atuado por Porchat.

Tentativa de drama agridoce existencial, O final até faz uma rima com o começo que poderia ser interessante mas em geral é risível nos momentos sérios e constrangedor nos cômicos.

Definir como uma comédia seria insuficiente. Está mais para uma comédia-drama, e tendo a dizer que a segunda parte é mais enfatizada.

A premissa é interessante. O angustiante drama existencial do protagonista (Porchat, aliás, dando conta do recado) é bem dosado com boas sacadas humorísticas. O final em aberto pode soar confuso ou incômodo, mas se encaixa com coesão na proposta do filme.

Bastante interessante e também engraçado.Muda de tom no fim.Legal ver combinações assim num cinema menos abstrato.Até poderia ter algo a mais. Porchat está ótimo. Preferi quando qualquer suposição era no campo do irreal.Sem as citações psicológicas.

Entre Abelhas surpreende positivamente com um a premissa bastante original, trazendo uma mensagem interessante, além do filme sempre manter um clima intrigante no ar. O que estraga é esta tentativa desesperada de se fazer comédia a qualquer custo.

A ideia é excelente e o roteiro consegue explorar bem essa ideia.A filosofia aqui inserida é interessante.

Apesar da ter uma estória interessante e uma direção eficiente no tratamento de algumas imagens, a atuação de Fábio Porchat não chega em momento algum a convencer.

Soa estranho ver Porchat num projeto mais soturno e de teor dramático e complexo. Há sim humor escrachado em doses menores, para um filme nacional mais cerebral.

Um bom filme, diferente, foge ao lugar comum, cinema nacional não se limitando a comédia, isso é sempre muito bom, se eu não tivesse sido avisada do final em aberto, diria que faltou um pedaço do filme.

A abordagem, sempre em um tom melancólico e de autoanálise, lembra o ótimo 'Enemy', e embora não complexo quanto este, 'Entre Abelhas' é um competente drama sobre a dificuldade de seguir em frente. Em meio à tantas bobagens, um bom filme nacional.

Se inconsciente ou voluntária, se literal ou metafórica, a cegueira parece estar nos pegando. A mensagem nunca tinha sido tão hodierna. O problema é o roteiro com doses tenebrosas de misoginia e piadas frouxas na parte supostamente cômica.