- Direção
- Andrey Zvyagintsev
- Roteiro:
- Andrey Zvyagintsev, Oleg Negin
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Rússia
- Estreia:
- 15/01/2015
- Duração:
- 141 minutos
- Prêmios:
- 72° Globo de Ouro - 2015, 67° Festival de Cannes - 2014, 87° Oscar - 2015
Lupas (27)
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A boa safra 14-15 de filmes estrangeiros, Tais como Ida (ficou com o oscar), Leviatã (ficou com o GB), Relatos Selvagens (deveria ter ficado com os dois) e o forte drama "O Julgamento de Viviane Amsalem". Ótimo filme, apesar da paciência exigida e do ritmo arrastado(propositalmente?).
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Por trás da bela fotografia e das atuações melimétricas e intimistas, há um dramalhão digno de novela mexicana, com direito à traição (numa cena que ficou bem ruim, sendo apenas sugestiva), um corno manso, uma mulher moralmente dúbia, um filho irritante. Todo o arcabouço feito para mostrar a corrupção do Estado ou o cinismo da Igreja (a cena final é digna) se apequenam diante ao dramalhão construída de forma bem infantil. Uma pena ver o desperdício do material.
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Utiliza de uma abordagem bastante fria, o que é ressaltado principalmente em sua fotografia, para falar de algo que é igualmente seco: o sistema corrompido que nos assola, algo cruel que nos leva a derrota.
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Zvyagintsev tece um retrato sombrio das instituições que envolvem o homem de uma forma universal. Estado, religião, família, casamento e justiça são levados ao status de mito e nesta situação a verdade dos fatos é irrelevante. Restarão os ossos dos mitos.
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A frieza e a dureza narrativas de Zvyagintsev encontrariam melhor casamento em outros trabalhos. Não que sua discussão sobre corrupção, amoralidade e o esfacelamento de uma sociedade não seja efetiva aqui, mas não chega a ser a pancada que supõe ser.
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Aposta em elipses para dar conta de um enredo em que a lei do mais forte, metaforizada no título lendário, parece a única em real funcionamento.
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Assim é a vida.
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Destruidor em sua secura, carrega em suas paisagens inóspitas e ruínas do passado o vazio existencial de seus personagens. Sem rumo, sem propósito, apenas buscando a sobrevivência do mais forte.
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Interessante por ser um filme russo, meio que filmado na Sibéria ou lugar parecido por lá, com as cenas do lugar, mas é um filme "paradão" e de roteiro simples, portanto, sem muita graça.
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Brutal
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Um filme que se passa na Rússia mas poderia ser o Brasil por tratar de temas como corrupção, ética, religião e família. As situações que acontecem poderiam se mostrar melhor se trouxessem o espectador mais pra dentro da história, mas é o jeito russo.
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Um final sujo e tão bom num filme que te cobra muita paciência e força de vontade pra chegar até lá. Os diálogos não tem coesão alguma e os cortes são todos bagunçados. Um filme de desenvolvimento muito reservado pra um final tão explanado.
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Filme com seus três atos muito claros, ótimas atuações e uma sutil crítica à corrupção. Não subestima a inteligência do espectador, evitando as tentadoras cenas e diálogos expositivos.
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Permeado por ótimas ideias, acaba diminuído por sua execução monótona. Mesmo assim, é muito acima da média quando trata da opressão nas instituições sociais e sua natureza cíclica face à fragilidade do indivíduo. A sequência final é brilhante.
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O estado é uma força onipresente e controladora, mas é também um mediador de conflitos. O problema é quando o estado (corrupto, mas faz diferença) se torna o conflito. O que o homem comum pode fazer quando se defronta com este implacável gigante?
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Fala-se muito da crítica ao governo Putin, mas há na verdade uma perspectiva universalista do tema do homem contra o sistema (burocrático terreno e também o divino existencial) nessa variação da história de Jó com ares kafkanianos. Ácido e desolador.
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Se não adere ao cinema soviético, nem ao misticismo conservador, esse cinema bem laico parece buscar apoio mais na literatura pontuada por excessos da Rússia do século 19.
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Esses russos sabem como fazer a gente precisar de uma garrafa de vodka...
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O tempo passa, pessoas morrem, lugares são destruídos e construídos, mas a insignificância do homem diante daquilo que ele próprio criou permanece. "O homem é lobo do próprio homem".
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Aparentemente feito para "incomodar", o filme abre várias subtramas que atiram pra todo lado (política, corrupção, ética, moral, religião...), assemelhando-se ao nosso cinema, mas, igualmente, não conclui nada com precisão. Destaque para o bom elenco.