Uma mistura de A Cruz dos Anos, Antes do Amanhecer, Vidas Secas e Frank Capra que rende o melhor filme de todos os tempos. Nunca o cinema atingiu tamanha força poética e humanista. Uma obra que é um testamento de afirmação da vida, que parte em defesa da esperança, da virtude e do otimismo mesmo quando o mundo ao redor parece dominado pela pura desgraça. Absolutamente todas as cenas são de um extremo encanto, onde o esplendor de alguns momentos são o suprassumo da arte.
A grande sacada de Kuroswa é trazer na estética neorrealista italiana uma visão desoladora do sonho e da imaginação. É ali no momento derradeiro que seu filme se completa.
Um país esfacelado pela guerra, sem esperança, apenas existindo no horror dos escombros. Kurosawa filma um dia na vida de um casal que habita essas ruínas, ela é o sonho do amanhã, ele é a amargura dos dias. O filme é triste, mas também singelo e humano.
Bom desde o primeiro minuto, mas de uma beleza descomunal mesmo nos últimos 50; a cena em que os jovens imaginam um empreendimento em meio às ruinas da guerra (microcosmo do filme) e a no anfiteatro (aula de mise-en-scene em especial) são inesquecíveis.
A singeleza da vida simples.A arte nascendo de um passeio de domingo,de pobres em época difícil,tendo de conter seus gastos e pensando no futuro e na vida com naturalidade.
Otimismo e felicidade renascem qualquer um,a cena do teatro na imaginação é TUDO.