Lupas (11)

Algumas maneiras de amar podem se manifestar de forma doentia, translúcida, incoerente; mas isso não quer nenhum pouco dizer que não haja uma música, ritmo ou poesia para esse amor. É quase como as boas bocas dizem, "o amor cura".

Eu poderia olhar para a beleza de Layla durante 3 horas mas eu não aguentaria assistir 2 minutos a mais deste filme. Uns dizem ser "uma história delicada e poética", para mim é um filme intragável com uma linda fotografia.

Apesar de uma ou outra discordância pessoal na relação entre personagem e pais por um certo exagero de distanciamento é inegável que o filme de Gallo traz uma grande dose de frescor e originalidade.

Uma salada de referências das mais deliciosas. Seria um Ferrara que acredita na redenção, no bem-estar e num certo grau de romantismo do homem sobre si mesmo, um Scorsese mais brando, ou um Wenders mais engessado num "começo-meio-fim"? Grande filme.

Gallo fez um dos romances mais criativos da atualidade,de uma relação forçada no acaso surge um casal ligado.União nascida da ausência bruta de personalidade. Ele traz muito à um personagem.Sofre sentido,explode num repente.Seu choro brota do fundo.

Impossível não se apaixonar. Gallo é um James Dean dos anos 90, na mesma medida explosivo e frágil, e Christina Ricci igualmente adorável em seu jeito meio desengonçado. As cenas musicais em especial lembram alguma coisa de Godard do começo dos 60.

Por trás de muita truculência, normalmente existe um coração batendo forte, louco para ceder ao afeto recebido.

22/10/11

A saga da eterna criança temperamental em busca do seu pirulito perdido. Um dos mais belos contrastes entre amargura e esperança.

Entre momento inexplicáveis e opções narrativas mirabolantes, Gallo demonstra muita sinceridade e sensibilidade para contar uma historia quase auto-biográfica. Vejo seu filme seguinte Brown Bunny como um exemplo ainda melhor disso tudo.

Uma ideia até original, com boas cenas. Faltou dar um melhor acabamento ao roteiro.