Jean Renoir usa todo o seu talento para fazer um quadro de uma época de magia e sonho, de uma expressão artística e cultural, de um local lendário, bem como um comentário das mentalidades e moralidades da época retratada. É uma celebração ao espetáculo. Uma homenagem a criação artística, a ilusão do palco e a máxima do show.
Trabalho de direção de arte, figurino e fotografia magistrais. O que me conquista mais em French Cancan é este espírito bagunçado que espeta os conceitos do falso moralismo. E que bom que Renoir foge daqueles velhos clichês do gênero especialmente quando se fala em preconceito.
O prazer e a tragédia de viver da arte, a rapidez com que o sucesso dá e tira, a implacabilidade do tempo e a hipocrisia social - da lavadeira que ascende ao estrelato à mendiga que há muito evanesceu, do príncipe dos sonhos ao padeiro enciumado e possessivo, Renoir traça, mais uma vez, um riquíssimo panorama de personagens, a desenhar as alegrias e a brutalidade do show business. O charme de Gabin nunca foi tão evidente e essencial. Performance é tudo e tudo é performance.
15/09/08 - Um delicioso musical onde Renoir nos mostra um pouco da vida nos cabarés da França, com bela fotografia e músicas que exalam alegria. O filme mais despretensioso e alegre de Renoir que nos oferece um grande entretenimento.
Musical de muita qualidade artística, dá aula ao explorar a estética francesa do Cancan. Um mergulho na Paris de 1890 com muita arte, charme e personagens carismáticos. Um espetáculo, coisa linda!