Talvez seja o trabalho de Hooper que tenha alcançado o impacto mais próximo de O Massacre da Serra Elétrica, a obra prima do cineasta. Estética farsesca, cores delirantes, personagens bizarros, mortes brutais, insanidade e uma criatura que devora todos os "males da sociedade". Uma pequena joia do horror que merece bem mais reconhecimento.
A ambientação 100% em set com todas aquelas luzes surreais atrapalhou demais, aqui funcionaria bem mais em uma locação, dando uma dimensão melhor do que estamos vendo. Tirando o xerife e a criança, todos os personagens que aparecem neste filme são doentes, loucos ou psicopatas, afundados num clima extremamente depressivo, resultando em boas cenas envolvendo o velho Judd, que aqui tem seu crocodilo como uma metáfora para seus instintos.
Seco e direto, terror bruto. De natureza cruel.
O clima de loucura e perturbamento é muito bem feito. Barulhos e sinais sonoros - buzinas e grunhidos - são ouvidos a todo instante, aquele rádio infernal nunca desliga (apesar das músicas maravilhosas).
Cenárioa decrépitos, luzes policromáticas, personagens bizarros com surtos de loucura pontuais, enfim, concepção estética de terror certeira, quase tão bom quanto O Massacre da Serra Elétrica.