- Direção
- Juraj Herz
- Roteiro:
- Juraj Herz (roteiro), Ladislav Fuks (romance e roteiro)
- Gênero:
- Terror, Drama, Suspense
- Origem:
- Tchecoslováquia
- Duração:
- 95 minutos
Lupas (8)
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https://letterboxd.com/vinigarcia/film/the-cremator/
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"Sempre tenho a sensação que faço tão pouco por vocês". Não é apenas a analogia com os animais, como segura os outros como se fossem presas, e a maneira assustadora que associa o amor com os seus negócios. Kopfrkingl(Hrusínský) é uma pessoa doente que busca poder. Apresenta seu trabalho como um professor, ensinando a não temer a morte, e sim valorizá-la como meio de libertação. Ao se relacionar com um movimento genocida, enxerga sua profissão como uma tarefa divina, obsessivo até sua derrocada.
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Sempre incomodo "O Cremador" é uma obra atemporal sobre a insanidade do discurso da banalidade da morte, do fascismo, dos que se designam como "superiores", da loucura de sempre se enxergar como fim. A montagem e direção são absolutamente genias com transições e perspectivas que sempre nos colocam na mente do protagonista, chegando, ate, ao cômico-sádico diversas vezes. Recheado de momentos singulares e detalhes maravilhosos. Um terror absoluto.
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Uma obra grandiosa em seus estudos introspectivos e nas suas alegorias. Já ao começar do filme, nos sentimos jogados cada vez mais ao abismo em que Kopfrkingl se encontra e se encontrará - vai demais na questão do indivíduo e não no coletivo, mas também nos faz pensar no quanto o indivíduo está inserido no coletivo e acaba absorvendo bizarrices, como a própria ideologia dominante vigente antes da II Guerra. Aqui, a ideologia nazista.
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Estudo foda sobre a absorção do fascismo e a banalização do mal. Kopfrkingl é alegórico e complexo, sua visão maluca de mundo mistura o budismo, reencarnação, ao catolicismo e a pureza ariana (q de fato existiu, vide a origem tibetana do símbolo da suástica). Seu desejo p/ascenção social, o apreço p/uma arte "superior" aliado a um apego por futilidades excêntricas associados a um status social, sua "abstemia" social vs. sua tara sexual oculta. Uma prévia assustadora dos olavismos q vemos hj.
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Tecnicamente perfeito, com transições de espaço-tempo espetaculares que funcionam organicamente ao avançar e entrelaçar o roteiro, resultando em inventivas sequências como a da festa dos judeus, ao mesmo tempo em que Kopfrkingl relata o que "ouviu" aos parceiros. De seus créditos iniciais arrepiantes até seu desagradável (mas previsível) final, O Cremador é um perturbador estudo psicológico de personagem e a banalidade da morte a partir de sua inserção na nojenta ideologia nazista. Atualíssimo.
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Alegoria surreal - com toques de horror - sobre o homem comum que se deixa levar pelas entranhas mais repugnantes do poder vigente. Obs: Me faz pensar no atual cenário político do Brasil. O que faz as pessoas se renderem ao discurso de ódio?
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Chama a atenção por usar muito bem o humor, mesmo diante de temas como nazismo e perversão sexual. Seria o tipo de filme que "Miss Violence" ou filmes análogos do leste europeu poderiam ser se não fossem tão sisudos.