- Direção
- Karel Kachyna
- Roteiro:
- Karel Kachyna (roteiro), Jan Procházka (roteiro e argumento), Ladislav Winkelhöfer (argumento)
- Gênero:
- Drama, Suspense
- Origem:
- Tchecoslováquia
- Duração:
- 91 minutos
- Prêmios:
- 43° Festival de Cannes - 1990
Lupas (8)
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Muito se diz aqui com poucos cenários, atores e situações. Não há sossego na dimensão social nem na psicológica dos personagens, que, durante uma única cena, longa e angustiante, são desnudados por seus medos e assumem comportamentos intrigantes e controversos, de certa forma espelhando o sistema que os molda. Afinal, a força que age sobre eles está o tempo todo oculta, mas onipresente na forma de dispositivos de controle eletrônicos ou simbólicos que tornam o ar cada vez mais claustrofóbico.
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Quando pende para a trama política, mostra uma face confusa - proposital ou não, essa característica irrita. Seus melhores momentos estão nas discussões do casal, motivadas pelo crescente clima de tensão e paranoia que os acomete. Parece que Coppola pai deu uma espiada nesse aqui e chamou Hackman para uma conversa...
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Uma crítica bem direta ao regime, sem muitos rodeios, não a toa foi proibido. Em termos formais é interessante a atmosfera claustrofóbica que é a criada e a sensação de estar sendo vigiado. Não tem aquela inventividade e ousadia formal de outros clássicos da Nova Vlná, mas é um bom filme. Gostei da sacada de ao final dar a entender que os desabafos da mulher (você joga sempre pro lado que estiver ganhando, etc) salvam sua pele e ainda ganha uma promoção.
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O estado policial é mostrado através de uma atmosfera de paranoia e horror. São sombras invadindo o ambiente, por vezes luzes estouradas. Tudo é um pesadelo: O casamento, o trabalho, conversas - o próprio existir. Uma sufocante alegoria do totalitarismo.
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Se o fundo do tema não é muito atraente (repressão e política), o modo como foi estruturado é demais. O clima de tensão é excelente e como ela é crescente, traz surpresas. Os flashbacks cansam de começo mas completam todo o sentido ali na frente.
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Em termos estéticos está distante dos grandes filmes tchecos de vanguarda da década de 60. Mas é indiscutível seu caráter contestador e eu diria até desbocado e pode incluir a palavra corajoso no meio. Um filme direto, sem meias palavras.
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23/04/14
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O clima de suspence é muito bom, mas atrapalhado pelo roteiro confuso, com excesso de discussões ilógicas entre o casal. O final repentino e "estranho" comprometem o que prometia ser um filme interessante sobre o comunismo no leste europeu.