Literatura e encenação. No filme de Jacques Rivette um complementa o outro. O texto é a chave da imagem, a imagem é a primazia do texto. A forma dando contorno ao conteúdo. Uma forma que se traduz em severidade, rigor, simetria. O conteúdo é provocador, lida com os jogos de poder, a hipocrisia religiosa, o desejo. Não é uma crítica a fé ou a religião, mas do péssimo uso de ambas quando atreladas ao aparato hipócrita de qualquer sociedade. Um trabalho poderoso de um cineasta singular e combativo.
26/02/10 - Rivette realizou uma grande crítica à religião e à familia, respeitando ao máximo o texto original de Diderot, mostra as imposições familiares e a hipocrisia da igreja ao qual a jovem Suzanne, Anna Karina em seu melhor desempenho, é submetida.
Em 1966, "A Religiosa", de Jacques Rivette, foi o que se pode chamar de "filme escândalo": censura, proibição de venda ao exterior, discussão antes de seu lançamento sobre o caráter imoral da obra.
Triste pensar que um dia foi assim, e ainda ouvimos casos recentes sobre o sofrimento dentro da Igreja Católica, que deveria ter como missão amparar, proteger e aproximar as pessoas de Deus. Lamentável... Excelente filme...
Vitimista e manipulador ao extremo; em determinadas cenas, o filme força tanto a barra que beira a tragicomédia. Anna Karina tinha "vocação" mesmo era pra dar para quase todos os diretores da nouvelle vague e ficar com os melhores papeis.