Filme obscuro, onde o desejo de matar vai além da imoralidade: é estimulante e cativante. A protagonista produz uma certa sensualidade a partir da sua falta de ética, faz da sugestão ao crime um fetiche. Sua relação com outros homens é um jogo de identidades, onde se revelam algumas facetas da masculinidade. E a ambientação noturna reforça o clima caloroso do filme.
Cinematogria belíssima essa de Saraceni no que concerne sua aura visual arrebatadora.Infelizmente foi um filme ao qual tive dificuldade de conexão pessoal talvez dado o dilema de sua personagem tão distante de minha realidade.
Exibe uma aura melancólica e desalentada que faz lembrar Antonioni, porém com teor e ambientação mais sintonizados com a realidade brasileira. O final surge para reafirmar essa percepção.
Um dos pilares do Cinema Novo. Traz personagens enclausurados pelo espaço, pelo tempo, reféns da própria angústia, buscando uma saída, tentando viver! Saraceni desdramatiza o enredo, sugere ambiguidade com o olhar da câmera. Deixa a melancolia ressoar!
Quando uma mulher frustada,cansada de sua rotina tediante e sem carinho do marido resolve modificar seu viver...
Nunca outro filme soube dizer tanto dessa situação,o vazio da Mulher é sentido por quem vê.
Final poderoso e aberto.O que acontecerá ?
Alguns ângulos são bonitos (assassinato com o machado e o final nos trilhos) e tem diálogos interessantes também. Não é um grande filme, mas dentro da precariedade financeira e técnica da época está de bom tamanho.