A força do trabalho coletivo. O pensamento coletivo. O ser humano lutando contra as forças degradantes do sistema. Um retorno as raízes da terra como o grande impulso da humanidade. Uma visão romantizada - mas não menos verdadeira - da luta pela sobrevivência durante os anos da grande depressão. Sempre tem uma nova depressão no horizonte. Uma nova crise econômica para aumentar a pobreza e engordar as elites. Filme que precisa estar sempre em cartaz.
A Grande Depressão ainda estava fresca, e Vidor agia como um contador de histórias otimistas para uma população combalida. Sob o ponto de vista humano e cinematográfico, é uma lembrança sempre oportuna de que a cooperação ainda é um dos melhores caminhos para o bem estar social.
Me agrada por demais este apreço utópico pela humanidade de Vidor ao melhor estilo Frank Capra de ser ainda que eu pense que a visão é demasiada romântica. Infelizmente me enerva a visao permissiva e isenta de julgamento de um leilao de cabresto (nem na época era aceito) e na sequência final com um desvio de manancial e muito desmatamento ilegal.
Para falar com toda franqueza, "O Pão Nosso" é um filme claramente anarquista. Confia quase cegamente no indivíduo e acredita que o bom senso e as boas intenções sejam capazes de superar tanto pressões externas como enormes adversidades e contradições entre membros da comunidade.
A visão de Vidor (que penhorou a própria casa para financiar o filme, que a MGM julgou arrojado demais), a soma de cada indivíduo, quando envolvido num processo desse tipo, resulta numa força coletiva quase insuperável
Revisto, permanece intacta a admiração. Um filme de 80 minutos sobre contraditórios. A sequência final é dos mais belos exemplos cinemáticos que o cinema produziu, trabalho moderno com o corpo do ator, onde o mais importante é mostrar o TRABALHO.
Total respeito p/ questão de ir contra o estúdio, p/ possível associação ao comunismo, e produzir p/ conta própria. Mas a vdd é q não tem nada de comunista, p/ contrário, e trata toda questão de forma rasa e romântica. A cena final é bacana e revigorante.