- Direção
- Hiroshi Teshigahara
- Roteiro:
- Kôbô Abe (romance e roteiro)
- Gênero:
- Drama, Suspense
- Origem:
- Japão
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 123 minutos
- Prêmios:
- 38° Oscar - 1966, 17° Festival de Cannes - 1964, 37° Oscar - 1965
Lupas (27)
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2022 Março - 023
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É possível - ou necessário - aceitar o absurdo da vida? Será que todos somos prisioneiros de um universo sobre o qual não podemos influenciar? Estamos condenados a uma eterna perturbação do inconsciente? É penoso aceitar, mas somos um mero grão de areia no ordenamento das coisas. Deuses não existem, há complexidade suficiente na condição humana. 'A mulher da Areia' é isto, um vasto mar de conceitos e significações, uma viagem interior. 'Você cava a areia para viver, ou vive para cavar a areia?'
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Bom filme, realmente atmosférico, com diversas camadas, mas também um filme de produção e atuações sofríveis. Não entendo este cult todo.
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Cenas diluídas na areia mostram um cenário sem liberdade individual (para o homem) e de um trabalho que dignifica (para a mulher). Desse contraponto nasce uma história ordinária que se desenvolve de forma sofrível de se assistir, tentando abraçar o mundo e sem conseguir abraçar a si própria.
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Horror e sensualidade se entrecruzam no confinamento da areia que corrói objetos e seres humanos. Bastante atmosférico.
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A areia como forma de confrontar a condição humana; suas fragilidades sendo expostas ao calor do deserto. O isolamento expõe o caos para todo lado, a agonia aqui dentro, a angústia no mundo lá fora. E a direção ilustra todo este terror com perfeição.
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Filme cheio de camadas e que aborda diversas questões sociais e filosoficas, como liberdade, alienação, exploração,entre tantos outros. O enredo é impar e inteligentíssimo e a direção também é impecável. Filme pra ser visto e revisto.
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Um retrato amargurado e claustrofóbico do homem e sua existência.A domesticação à qual estamos sujeitos e a rotina despropositada e sem sentido da vida.A cena final é a representação do contentamento do homem apenas com o vislumbre da noção de liberdade.
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A areia é espaço, vilã, conceito, estética, protagonista, tempo, incomunicabilidade e prisão. A areia impregna, apodrece, invade, enlouquece e sufoca. Claustrofóbico, agoniante e desesperador. O que Teshigahara consegue aqui é inacreditável.
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Elipses, símbolos, o tempo e o horror. As relações entre homem e mulher, o indivíduo e seu próprio tempo - o ambiente. Por meio da areia, Teshigahara instiga discussões profundas sobre sociedade, tempo e um relacionamento enclausurado. Lindo.
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Suspense psicológico aterrorizante, tendo as dunas de areias como um monstro opressor e impiedoso. A areia, aliás, se impregna tanto que com o passar do tempo não se consegue mais sair dela, é impossível.
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Se aquelas dunas representam o mundo, aquelas duas almas aprisionadas representam toda a humanidade, frágil e temerosa pelo que está por vir, tomadas pelo aprisionamento e esperando por uma absolvição que jamais virá!
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Quando as pessoas são tomadas pela arrogância, elas tendem a esquecer de que são humanas!. Principalmente alguns poucos membros do Fóruns .A arrogância dos espertalhões é especialmente ridícula
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De uma solidez atmosférica raramente atingida, em que a areia assume uma vasta multiplicidade de acepções. Um casebre; dois habitantes. Conformismo e agonismo. Sufocante.
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Primeiro, uma obra prima existencialista de Kobo Abe, do nível de Kafka e Camus. E depois, uma obra prima na mise-en-scene de Teshigahara com todas as suas metáforas visuais poderosas, principalmente utilizando-se da areia. E ainda tem o som de Takemitsu.
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Teshigahara metaforiza o mundo como uma grande ampulheta, onde nós somos cercados e aprisionados pelo físico esperando que algo aconteça antes que a areia do tempo nos soterre. Obra-prima taoística a ser assistida com um banho - tenho areia até no cabelo.
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Reduz o ser a um grão de areia ao final.
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À medida que a narrativa se desenvolve, com sua exegese do relacionamento entre homem e mulher (ou o confronto entre solidão e liberdade) a sensação de asfixia aumenta.
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16/01/14
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Conheço esse filme como "A mulher das dunas", top 5 da história do cinema na minha opinião, filmaço, sem palavras pra descrevê-lo.