Parece um filme com menos orçamento e uma equipe mais amadora dos que os melhores do Bava, tanto que a narrativa cambaleia até a meia hora final quando aí sim parece um filme do diretor, que cria uma sucessão de ótimas cenas com uma atmosfera bizarra de tensão sexual e morte.
Bava mais uma vez mostrando que dá pra fazer uma limonada com bagaços de limão, num filme que parece ter sido orçado com dinheiro de pinga, obrigando o maestro do macabro e seu filho Lamberto a se virarem e criarem inúmeros efeitos práticos e fantasmagóricos. Embora não seja tão marcante quanto outras dezenas de trabalho de Bava, é um desfecho que reafirma todo o trabalho e criatividade em lidar a vida toda com produções de baixíssimo orçamento e ainda assim realizar obras atemporais.
Shock é um filme que sintetiza os experimentos de Mario Bava ao mesmo tempo que abre flancos para o horror psicológico que permearia obras como O Iluminado e Anticristo. E ainda serviu de escola intensiva para o filho Lamberto Bava. Adorei o filme!
Fabio Bach |
Em 23 de Fevereiro de 2019 |NOTA: 8.5
Brisa que o ultimo filme de Bava tivesse esse tom de trabalho universitário com vários defeitos. Com elementos técnicos que não parecem se encaixar e meio jogados nisso tudo, sem falar na trilha de jogo arcade dos anos 80. Melhora no final, mas ne...
O mais subestimado do Mestre do Macabro. Ainda que não tenha seus característicos tons berrantes, cria um jogo de imagens sensacional. Um dos meus favoritos do diretor.
O medo em essência. Bava extrai o impossível de um só cenário com dois personagens e meia dúzia de truques baratos. Os últimos 15 minutos são inesquecíveis.