O clima vai ficando cada vez mais insustentável, revelando o quanto o sentimento do título, ao ser desmedido, tem poder destruidor sobre quem sente e sobre o seu alvo. O marido merece uma boa coça antes de mais nada, numa atuação primorosa de Cluzet, enquanto Béart é a esposa cujo brilho se apaga pouco a pouco.
Interessantíssimo. O diretor não tira conclusões e deixa para o espectador as "explicações". É um dos melhores filmes de Claude Chabrol. A Emanuelle Beart está divina e a trama cresce com força e vai ficando lentamente assustadora.
Demora a engrenar, mas quando isso acontece, o personagem de Cluzet segue numa espiral de ciúme doentio que chega a dá no espectador genuína raiva dele!
Chabrol tenta converter a loucura/ciúme do marido em imagens - são muitos os momentos de devaneio do personagem - mas quase nunca é entendido ou plenamente justificado. Sobra a beleza de Emmanuelle Béart e o requinte sempre presente nas obras do diretor.
Em outro incrível trabalho, Chabrol apresenta a degradação de um relacionamento aparentemente sadio, de forma gradativa e bastante plausível. Com ótimas atuações, L'Enfer seduz o espectador por completo, até seu derradeiro e extasiante "final".