A desintegração de um casamento é filmada com precisão e realismo por William Wyler. O que o torna um filme bastante ousado para a época. Destaque para a bela interpretação de Walter Huston (e a presença do charme de Mary Astor).
Bastante moderno nas situações (até meio irreal pra época, o marido aceita tudo, deixa a esposa viajando sozinha) um ótimo caso sobre velhos que querem se sentir jovens e não se colocam na dignidade de sua posição.
Termina muito bem, como deveria ser.
Além da trama cair em caminhos "novelescos", o que não necessariamente é culpa do próprio longa, a construção dos personagens e suas intenções não funcionam suficientemente, o que é fatal para um filme que basicamente se sedimenta nisso.
Interessante as comparacões EUA vs Europa, as questões sobre o casamento, mas é difícil aceitar seus valores extremamente americanistas e conservadores, mesmo em 36. O americano é o partidão, o empreendedor, o amante (a família tradicional), é o maioral!
A figura complacente e ingênua ao extremo do marido incomoda além da construção de uma esposa bastante fútil e vazia mas, a amargura dos filmes de Wyler compensam. Não é o melhor retrato do desmoronamento de uma relação mas é bastante válido.
Apesar do tema "moderninho" - considerando-se a época em que foi feito -, a construção de personagens exagerada e os estereótipos acabam depreciando o filme, com o marido muito complacente e vitimista, e a esposa egoísta ao extremo.