Não considero o melhor filme de Rohmer - "Minha Noite Com Ela" é meu favorito -, mas "Conto de Outono" talvez seja o mais expressivo da sua forma de fazer Cinema. É um filme de charme único, personagens encantadores em suas verdades e contradições, diálogos deliciosos, olhares e gestos ambíguos, reconfigura o prosaico em poesia. Faz o mundo acontecer na aparente banalidade das relações humanas. Deixa uma vontade enorme de se viver no universo do realizador.
Ótimo encerramento da tetralogia. Como sempre ótima direção e um roteiro muito bom com ótimos diálogos. O elenco tem atuações muito boas. É o segundo melhor, acho que o final ficou em aberto até demais. Mas é um ótimo filme.
Rohmer conta histórias sobre pessoas que gostaríamos de conhecer ou ser. Seus filmes são sobre amor, sorte, vida e coincidência. Ele cria histórias que se desenvolvem numa série de surpresas e reviravoltas. Quando tem um final feliz chega como alívio.
Não há resquício algum de "intelectualismo", mas sobra em vulgaridade e mau-gosto; o desenrolar dos acontecimentos é absurdo e o desfecho, simplista demais.
A sofisticação e a simplicidade conjugadas em prol de uma história que versa sobre um inteligente jogo de ironias e aparentes frivolidades, em que a palavra é imprescindível.