- Direção
- Eric Rohmer
- Roteiro:
- Eric Rohmer (roteiro), Marie Rivière (colaboração)
- Gênero:
- Drama, Romance
- Origem:
- França
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 98 minutos
Lupas (12)
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Eric Rohmer deixa o tempo das coisas fluir, transforma o ordinário em extraordinário. Faz sua protagonista descobrir mais sobre a arte de viver, sobre sua própria solidão, suas incertezas e angústias, sobre a esperança, o olhar para si mesma. Os encontros acontecem, tem seu valor, mesmo em sua imperfeição. As vezes pensamos demais e entendemos pouco. É um filme poético e humano. Simples e complexo. Encantador e reflexivo. Marie Rivière tem o rosto revelador dos dissabores da vida.
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Um raro estudo realmente consistente no cinema sobre a fase depressiva de uma pessoa: no caso em tela, uma desilusão amorosa como pano de fundo e uma mulher que não se apropria do prazer. Dá para sentir na pele o que é estar solitário, mesmo na companhia de outras pessoas. O final é de um brilhantismo emocionante.
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Delphine é um dos mais belos exemplos de personagens lidando com a depressão que já assisti. Suas crises de choro, sua ânsia em mudar sempre, sua incapacidade de se abrir a novas experiências e ser feliz. É um estado em que por mais amigos dando apoio e buscando soluções, novas amizades conhecidas ao longo do caminho, nada disso é o suficiente se ela não conseguir se entender, lidar com seus sentimentos, e transformar essa angústia em liberdade. O raio verde como síntese é o toque de gênio.
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Ótimo filme sobre a distimia interior, a fé no destino e o julgamento cotidiano, além de ter muita precisão na exploração mística (e metafísica por tabela) e apuro técnico impecável (mise en scène, fotografia).
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Em um período de férias para redescobrimento e busca por uma razão para a vida, a personagem encontra beleza no acaso. A sutileza deste filme de Eric Rohmer chega no auge com o raio verde no "momento dos corações em contentamento" (Rimbaud).
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Apesar de conter alguma sensibilidade no conjunto, o roteiro praticamente inexiste e a direção se perde no interminável papo-cabeça dos diálogos "enche-linguiça" do elenco quase amador. O desfecho demosntra potencial, mas foi muito abrupto.
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Aquela peça do quebra-cabeça que não se consegue encaixar em lugar algum até a reta final. Mais um lindíssimo filme de Rohmer, desconcertante em sua exposição sem rodeios de uma solidão depressiva, descortinada em cada mínima escolha de decupagem.
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Delphine vai à cidade, à montanha e ao campo, mas nenhuma paisagem a conforta do seu sentimento de solidão. Mas encontra naquele raio verde a esperança. Lindo pra cacete.
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O tom orgânico dos diálogos e os assuntos mundanos que os preenchem conferem maior verossimilhança às situações, todavia o filme falha no estabelecimento de empatia entre espectador e protagonista, mesmo com toda a choradeira da moça.
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A solidão que aparece em alguns filmes de Rohmer é tão palpável. O personagem "alienígena", desse modo, é muito bem compreendido. Mais uma obra-prima!
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04/07/07
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"Ah, que chegue o momento dos corações em contentamento!" (Arhur Rimbaud)