- Direção
- Michael Powell
- Roteiro:
- Leo Marks (história original e roteiro)
- Gênero:
- Terror, Drama, Suspense
- Origem:
- Reino Unido
- Duração:
- 101 minutos
Lupas (30)
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A câmera se torna uma extensão do corpo. Dispositivo para captar as sensações humanas. A busca por uma forma de representação que descortine o inconsciente. Uma provocante reflexão sobre a condição e potência da imagem.
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O prólogo é de emoldurar e afixar no cômodo preferido de casa. São tantos ângulos para espiar essa história que não há possibilidade de ficar indiferente ao que se passa. Desafiador o papel de Karlheinz Böhm, que se entrega ao personagem, mesmo com suas limitações evidentes.
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Michael Powell opta por colocar o medo como objeto da narrativa, possibilitando que ele seja discutido, pensado, manuseado e vestido pelos personagens. Os instantes mais tensos culminam sempre com sua exploração imagética, por meio das faces de pavor que preenchem os enquadramentos. Em contraponto, o visual não se constrói absolutamente em tom sombrio: em diversas cenas nos defrontamos com cores berrantes nos figurinos e elementos do cenário. Powell tinha, afinal, um gosto artístico bem refinado
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Completamente sedutor por unir a composição visual extremamente colorida com o tom obscuro que o roteiro e a sua temática despertam. As luzes e as cores completamente extasiadas se relacionam com os fetiches do protagonista, o medo e o registro de imagens, que formam uma obra bem interessante e imersiva, chegando até mesmo a dialogar com o público em sua metalinguagem sobre o voyeurismo em torno do audiovisual.
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Um estudo psicológico sobre causas e efeitos do medo, paranoias e voyerismo. Incrível trabalho estético e de tensão de Powell.
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Ofuscado à época por conta de sua ousadia. Aqui, são focadas as urgências e dramas do antagonista, e ao incitar curiosidade, Powell faz com que encaremos o espelho. "Scoptophilia. The morbid urge to gaze." Não seria isto, em grande parte, o Cinema?
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...como é possível que um filme desse tinha acabado com a carreira do cara na Inglaterra?
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O uso espetacular da fotografia ressalta o caráter de pesadelo em que o protagonista se encontra inserido. Ângulos, gritos e suspiros também pontuam a trajetória de um homem sem sossego.
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A direção é rebuscada e elegante, a iluminação e fotografia são um show à parte e além disto tem espaço para uma metalinguagem que desafia o próprio gênero, recheado de over-actings, para exprimir a tal naturalidade do medo que este filme consegue captar
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Todo cinéfilo tem um pouco (ou muito) de "Peeping Tom". Fato natural, já que "Peeping Tom" sintetiza cinema.
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Impossível resumir demais as várias reflexões metalinguísticas que o longa explora. Em cada tomada, em cada diálogo, uma nova proposição. Incrível como terror e autorreferência à arte cinematográfica podem fazer filmes gigantes.
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"- It's only a camera. - Only?" A imagem e seu poder sobre o observador.
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Seco, bonito e bastante influente/significativo (como estudo sobre a violência, metalinguagem, angustia do personagem), ainda que a persona de Mark (uma espécie de Peter Lorre em M) e o andamento da trama diminuam um bocado meu interesse pela obra.
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Filme fruto do mesmo cenário que irá proporcionar Blow-Up: a swinging london. Aqui, ainda o fundo jazzy que precede o fuzzy rock. Um thriller psicológio com ação ingênua (de uma plasticidade infantil) para falar sobre a obsessão de ver (órgão e sentido).
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Mark Lewis provavelmente é o serial killer mais amador da história do cinema.
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Voyerismo, psicopatia, metalinguagem, desejo e sexualidade destrinchados nesta obra-prima do suspense. Precursor no estilo e visionário em sua forma, além de tecnicamente soberbo (a fotografia é sublime).
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A premissa é ótima e bem desenvolvida. A metalinguagem dá um charme. Direção de Arte com belas cores e uma direção. Grande clássico, terror de primeira.
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Direção elegante, visual pulp e atmosfera claustrofóbica formam esse grande êxtase visual e simbólico de Powell, em seu mergulho nos mistérios do olhar e do fetiche, da realidade procurada e sua representação, o que está lá e o infilmável.
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26/11/11
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A obra em si é relativamente simples. Crua, eu diria. Até mesmo infantil chega a ser. Porém, há algo intensamente diabólico no lento decorrer. Algo que "liga" os nervos, mesmo que, na maior parte das vezes, tudo seja predizível.