- Direção
- Roteiro:
- Luis Buñuel, Jean-Claude Carrière
- Gênero:
- Origem:
- ,
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 103 minutos
- Prêmios:
- 35° Globo de Ouro - 1978, 50° Oscar - 1978
Lupas (15)
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Um dos filmes mais lineares do Buñuel, com uma história de amor fada ao fracasso. Acredito que assistí-lo na década de 1970 fez mais sentido para reforçar a dicotomia entre o macho tóxico e a pegada feminista da protagonista, com elementos de liberade sexual e limitações freudianas do desejo, potencializados pela época. Visto hoje, em pleno século XXI, uma história com personagens bem chatos mesmo. Ao menos aqui o Buñuel acerta no tom da mesquinhez burguesa.
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Último filme de Luis Buñuel. Testamento de um gênio contestador, um sagaz observador da natureza humana. E que testamento! Uma deliciosa travessura para com uma sociedade que parecia cada vez mais alienada e absurda. Estruturas sociais cada vez mais neuróticas e enfastiadas. Melhor mesmo era ficar com a obsessão da carne, o impulso do desejo. No final das contas vai tudo pelos ares mesmo (ou pode terminar em um singelo balde de água).
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É sobre o auto-atentado da humanidade, a distinção entre amar e desejar, um fluxo de auto-sabotagem inerente ao ser humano. Tem aquele espírito transgressor que nem sempre habitam os filmes do Buñuel, ou melhor, às vezes se confundem com uma certa birra e infantilidade do diretor mas que aqui me parecem na medida correta. Mais um ponto para Buñuel.
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Obsessão traçada pela memória - e suas falhas - do protagonista e as consequências dessa insanidade. Conchita, mesmo em pele e osso, se torna símbolo de ideal inatingível e a luta interna do personagem de Fernando Rey é exemplo desenhado disso.
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Buñuel se despedindo em grande estilo. A alternância das atrizes no papel de Conchita é um recurso engenhoso que movimenta ainda mais a história, com direito a um vigoroso deus ex machina.
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O desejo engana e esculacha, mas nunca decepciona.
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Buñuel e a relação homem-mulher da vida real, aqui caricaturada ao máximo, mas com dois pés na realidade.
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Buñuel e suas críticas à burguesia.
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15/03/97
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Tragicomédia que explicita como deve ser destilada aos poucos a riquíssima filmografia de um realizador tão icônico como Buñuel. Por ironia, aqui está uma síntese muito boa de todo o seu trabalho se olharmos para trás - incluindo Um Cão Andaluz.
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Arte: 9.5 Técnica: 10 Ciência: 9.5 Total: 9.66
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Trama muito interessante,artificios ainda mais.Usar duas atrizes para uma único personagem é uma ótima sacada. Fora a elegância do movimentação,encenação e do mito Fernando Rey.
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De uma complexidade sobre as sensações intuitivas dos sentimentos humanos. É um filme bonito tecnicamente e dono de uma sofisticação arrojada, repele o existencialismo individual e foca na relação e desejos carnais.
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Aos poucos seu machismo é um ótimo narrador imprevisível e sádico.
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Por se tratar de Buñuel, eu esperava mais. É interessante como o diretor tem o dom de colocar o espectador dentro do filme representado como os enxeridos passageiros do trem e Conchita(s) é uma das personagens mais deliciosamente detestáveis do cinema.