Em meio à desolação, conflitos e degradação, ainda há espaço para todas as virtudes infantis. O desconhecido aflora como uma aurora diante da escuridão, onde a doçura e a ingenuidade, fonte de pureza perante ao nefasto, faz do mundo um lugar menos tenso. A conduta de uma criança é o único antídoto para as inquietações abjetas do homem.
A estratégia de Clément é filmar a jornada da menina Paulette com leveza e bom-humor. Assim, ele cria uma trama secundária que corre em paralelo – a família que adota a garota é inimiga mortal dos vizinhos – e fica responsável pelos momentos de sátira.
Imagino que seja difícil discutir que se trata de um filme bonito, singelo e emocionante. Mas não me comoveu talvez como o esperado. O resultado é acima da média de qualquer forma.