Não sou nenhum fã dessas comédias ingênuas do cinema mudo, mas para o meu gosto Keaton era um humorista muito mais talentoso que Chaplin. Talvez por ser politicamente menos pretensioso suas obras tenham sido bem menos divulgadas. Essa daqui é genial!
Uma ode sobre como o cinema é capaz de nos inspirar, e também uma declaração de que a vida que ansiamos é muito mais excitante nos sonhos, que Keaton define como cinema. De uma técnica impecável.
Clara inspiração alleniana para A Rosa Púrpura do Cairo, o filme carrega toda a poderosa magia do melhor do universo das comédias mudas, numa deliciosa homenagem ao cinema.
As coreografias visuais de Keaton são impressionantes até hoje, aliando desenvoltura física e total controle de filmagem. E de quebra, quando o cinema ainda estava tomando forma, encaixa uma metalinguagem descarada e deliciosa.
A essência do cinema (materialização de sonhos e emoções indescritíveis) representada por Buster Keaton e seu idealismo puro, sem apelações melodramáticas, só munido com um tímido carinho pela arte. Faz muito bem ver filmes como este de vez em quando.
O vigor de Keaton nunca foi tão ousado.As sequências,movimentadíssimas,impressionam pela coragem e perfeição da realização.
Não envelheceram um décimo e a metragem curta não tem menos que o tamanho necessário.