- Direção
- Luis Buñuel
- Roteiro:
- Luis Buñuel (adaptação e diálogos), Jean-Claude Carrière (adaptação e diálogos), Joseph Kessel (romance)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França, Itália
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 101 minutos
Lupas (28)
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Através de inserção de breves lembranças do passado e de fantasias, Buñuel molda uma realidade onde a tentação feminina reprimida deságua em uma curiosidade pela prostituição, levando a experiências de desejos bizarros dos mais variados, onde o sexo propriamente dito é mais um detalhe, mostrando a fundo como o ser humano pode chegar na sua libído íntima, podendo causar obsessões que levam a tragédias.
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É um filme absurdamente delicioso e estimulante (como são todos os filmes finais de Buñuel). Um filme que ganha na ousadia, no sarcasmo envolvente, na mise en scène em perfeita simetria com o enredo. Um filme que faz do sonho e do delírio as únicas insinuações possíveis da realidade, que dissipa (e embaralha) as dimensões do real e do onírico. Um filme que provoca e seduz - sempre de maneiras diferentes - a cada nova revisão.
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O inconsciente revela, sem qualquer tipo de censura, o desejo. A personagem, no começo, reprime-se a todo instante, mas os sonhos escancaram sua vontade. Encontra-se quando se entrega ao que quer. O filme faz uso de uma metáfora psicanalítica: nos sonhos, o id; no início, o superego castrador; com o desenrolar da trama, o ego tentando se equilibrar. Uma bela obra sobre as contradições individuais, morais e culturais do desejo.
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O diretor dá uma escorregada ao sair do surrealismo (pelo menos em parte significativa) nesse filme de execução rasa. A atriz principal está apagada, como se isso fosse novidade.
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Com um trabalho de câmera bastante fluido, Buñuel penetra de forma sagaz e envolvente no lado mais lascivo de uma classe movida por aparências e diretrizes morais. Uma pena o bom roteiro se desviar pra um mal caminho; me referindo ao personagem do 3° ato.
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Buñuel sempre tem algo profundo, sofisticado e certeiro a dizer sobre a burguesia. Aqui, rompe não só com aquilo que se via como limite para a sexualidade feminina, mas também com o vínculo imaginário entre amor e sexo. Deneuve está excelente.
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A cisão de personas, a vida em dois núcleos colidentes, a latência do que é proibido, a culpa e a expiação, tudo filmado em moldes de tragédia anunciada por Buñuel.
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Deneuve fez uma das maiores e se não, A mais misteriosa personagem feminina da década de 60.Luis Bunuel o mestre do Surrealismo fez aqui o último filme pode se dizer "porno" e polêmico de sua filmografia, Nesse filme onde a perversão sexual chega ao Ápice.
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Qual é o preço dos seus sonhos? E as suas perversões?
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É nos detalhes da produção que se esconde o estilo de Buñuel, em mais uma de suas obras-primas de direção marcante, porém ambos (estilo e direção) comportados em prol da história - e que história!
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Um personagem complexo do ponto de vista psicológico, embora não seja uma grande personagem, explora bem questões nesse sentido. E a mescla com o universo onírico que Buñuel faz muito bem. Pode dividir opiniões em relação ao apoio à emancipação feminina.
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Um passeio intenso pelos desejos sexuais reprimidos do ser humano, numa narrativa eficiente que fica o tempo todo oscilando entre o real e o surreal. Belle de Jour é um filme repleto de camadas e detalhes, uma experiência e tanto.
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Buñuel e Carrière fogem das explicações e preferem esculpir o tempo e o sonho na figura enigmática de uma mulher que tem na insatisfação o seu leme errante.
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Símbolo da emancipação feminina nos anos 60. Representa com propriedade as condições vividas pelas mulheres ao longo dos tempos, abordando questões-chave como a repressão dos desejos e a objetização do gênero.
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Buñuel sabe como expor Deneuve e ela sabe o que tem que passar. Uma bela condução que brinca com a imaginação do espectador e intriga com suas dúbias expectativas.
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Bom Buñuel.
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Todo ser humano tem seu "lado B", tem um anseio "naturalmente" oprimido pela sociedade. Uns tem coragem e o fazem, mesmo que escondido, não importa. Outros não. Mais do que isto, o filme de Buñuel é um profundo estudo sobre o comportamento humano.
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Bom filme .
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Só não é pior que livro, mas se aproxima bastante.
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O mais lúcido de Buñuel, deixando o surrealismo para os sonhos fetichistas repentinos da safada - que surgem sem aviso, tentando confundir o espectador. A mulher insatisfeita, faz o que acha melhor e sofre a consequência de seus atos. Roteiro adulto, não é compreensível para molecada, os detalhes de casamento e o peso da culpa exigem idade para ganhar raiz na mente de quem vê.