Lupas (22)

Diferentemente do filme "Sonhos" de Akira Kurasawa (inclusive, Linklater faz referência a ele durante o longa), que preza pelo imagético do sonho, Waking Life perpessa por exorbitantes diálogos nos convidando a uma profusão de ideias desconexas e inventivas, que nos levam a premissas pertubadoras como a autoimolação e a destruição mútua. Belo filme, assim como o filme supracitado, ambos chegam a mesma conclusão, só que com métodos opostos. Barulho e Silêncio!

A proposta de linklater faz jus ao papel de um bom cineasta mas seu filme acaba pecando em execução e falta de foco. Claro que sua intenção era essa mas o excesso verborrágico me incomoda em diversos momentos entre discussões relevantes e outras completamente inúteis. Entre acertos e erros resultado ainda sim é positivo.

Ótimo

Consegue ser ao mesmo tempo extremamente racional, intrigante, criativo e emocional, em doses altíssimas. Outro grande filme do diretor.

Peculiar.

Talvez seu maior mérito seja nos fazer refletir sobre nós mesmos em relações as questões filosóficas apresentadas mesmo durante o filme, questões que nos levam a todos os lugares e a lugar nenhum.

Um turbilhão de ideias dos mais variados assuntos, sem nenhum espaço pra respiro ou reflexão, onde mais do que as ideias em si vale o retrato e a sensação de como a nossa geração reage frente a todo esse excesso. Filme foda, pena que se torna cansativo.

A narrativa por diálogos expositivos de temas densos, com cenas nem sempre interligadas, tira muito do valor de entretimento, sendo difícil recomendá-lo fora do seu nicho, mas para quem se inclui nele, encontrará aqui uma ousada e instigante experiência.

Por mais agressiva que seja a abstração, o corpo ainda estará presente, assim como a mente disposta a mergulhar nesse abstrato para buscar algum sentido ou significado.

Linklater é um cineasta bem mais ambicioso do que pode parecer à primeira vista e no experimentalismo radical de seu Waking Life mostra que sempre ousou muito em seus projetos e que sua cinematografia é híbrida e conceitualmente densa.

Linklater mostra que viver em um sonho eterno , com permissão para o trocadilho, é um verdadeiro pesadelo.

Resumo do existencialismo assim? Tão barato?

07/04/03

Para deixar intrigado.

Teoria em cima de teoria sobre os mais variados assuntos. Talvez a maior questão aqui seja o interesse pela discussão. De minha parte, está aprovado, mesmo não sendo lá muito fã de filmes exageradamente verborrágicos e com ritmos frenéticos e martelantes.

Tudo funcionou neste filme, diálogo, filosofia, animação... Muito bom.

... Mas é filme pra ver três ou quatro vezes.

Bela experimentação..., uma conversa de bar em animação!

É um filme de experimentação visual sensacional, mas Linklater erra em sua narrativa quebrada, não deixando o espectador pensar por si próprio em seus discursos ininterruptos e cenas sem conexão, jogando fora boa parte das boas teorias que tem em mãos.

É embarcar em uma boa viagem, divagar e divagar. Temos medo ou perguiça de buscar as respostas mais além? Estamos acordados ou dormimos na sala de espera da vida? Tudo fica mais interessante com um visual faustoso.