A proposta do filme é estabelecer entre os personagens relações controversas, que perpassam tanto a ordem da rivalidade quanto da empatia. Entretanto, essas relações foram tão pouco aprofundadas que não é possível se conectar com nenhum personagem, nem se emocionar muito com os momentos de maior densidade emocional. Apesar disso, destaco os enquadramentos expressivos, a trilha sonora inesquecível, o final tocante e as grandes atuações de David Bowie, Takeshi Kitano e Ryuichi Sakamoto.
A anarquia de Oshima tá lá na homossexualidade e na morte do Japão, mas é muito explícito e raso para os seus padrões. O personagem Yonoi não convence, mas Bowie e Kitano estão style, vale por eles.
Um bonito filme sobre as casualidades da guerra e as relações agridoces entre os lados antagônicos. Se fosse menos disperso e mais intenso direto ao ponto, poderia vir a ser uma obra-prima do gênero, igual ao que foi A Ponte do Rio Kwai.