Por ser um retalho de memórias, Kar Wai aproveita para hiper-estilizar, mas pesa a mão, especialmente no colorismo irritante, e, mirando no poético, sua dispersão acaba acertando na superficialidade, que a narração não consegue superar.
Uma coleção de segmentos oníricos sobre a volatilidade das relações. Milimetricamente confeccionado, talvez seja o trabalho do cineasta onde a poesia mais se faz presente, mesmo que para isto, se abdique um pouco da compreensão narrativa geral.
Onde as batalhas de espada são pinceladas de fúria e sangue que escondem a complexa batalha introspectiva do amor e da culpa. Onde onirismo está acima da razão, em planos e mais planos de beleza e distorção de sentimentos.
É Wong Kar Wai no terreno das artes marciais. Separados já são poéticos,juntos são um balé de imagens quebradas,saltos,movimentos e vários personagens representados pela nata do cinema chinês.