"Só porque alguém tropeça e se perde no caminho não significa que está perdido para sempre" (Charles Xavier)
Bryan Singer retorna a franquia para entregar um dos melhores e mais completos episódios da saga dos mutantes. A estória se passa em duas linhas de tempo distintas, a primeira em 2023, num futuro pós-apocalíptico em que mutantes e humanos lutam contra à extinção e outra em 1973, quando um fato envolvendo a morte de um membro do governo pelas mãos de um mutante desencadeia o programa "Sentinela", que futuramente será o responsável por este extermínio em escala global. Para impedir que isto aconteça, Wolverine (Hugh Jackman) é enviado ao passado, onde deverá impedir esse evento com ajuda de Charles Xavier (James McAvoy) e Eric/Magneto (Michael Fassbender), que deverão trabalhar juntos, visando a sobrevivência das duas espécies.
É interessante notar como os personagens são desenvolvidos nesta versão, com mais maturidade e destreza que o habitual, e muito deste resultado deve-se ao ótimo elenco, com atuações inspiradas de Michael Fassbender, James McAvoy e Jennifer Lawrence. Hugh Jackman assume sua posição de figura central do universo X-Men com o carisma que tando adoramos. Peter Disklange também surpreende como Bolivar Trask, compondo um antagonista interessante e elegantemente ameaçador. E vale frisar também a ótima participação de Evan Peters como Mercúrio, numa sequência hilária, inteligente e muito bem executada. Impressiona também o fato de Singer unir duas gerações distintas de atores jovens e veteranos de forma tão coesa e segura.
E de nada vale uma estória tão rica e inventiva se de fato ela não te envolver. E mesmo contando com viagens no tempo e intrigas políticas, a mensagem sobre o preconceito e a intolerância jamais se dilui, mas intensifica-se sob uma nova perspectiva, mais sóbria e direta. A cena em que os mutantes se revelam para o mundo é linda e bastante simbólica nesse sentido, num dos melhores momentos do gênero. O conflito entre humanos e mutantes é materializado no personagem da Mística, sendo esta peça fundamental para a solução do conflito.
A parte técnica da produção impressiona também, com uma reconstituição de época convincente, efeitos visuais competentes (merecidamente indicados ao Oscar), figurinos precisos e uma trilha sonora envolvente (é só a música-tema tocar que é impossível não se arrepiar).
Confirmando-se um acerto o retorno de Bryan Singer no comando de um filme da saga, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido consolida-se como um dos melhores filmes do gênero, principalmente por distanciar-se do pedantismo e excesso de humor apelativo de algumas produções, como Homem de Ferro 3 , por exemplo. Com uma estória inteligente e criativa, personagens maduros e bem construídos, parte técnica primorosa e cenas de ação eletrizantes, conta ainda com uma das mensagens mais sólidas sobre a intolerância no cinema comercial norte-americano dos últimos anos.
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