"Um épico majestoso que marcou o cinema para sempre"
James Cameron é hoje um dos nomes mais poderosos da indústria do cinema, visto deter em sua filmografia dois dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema: Avatar (2009) e Titanic (1997). Porém em meados de 94, o cineasta ainda buscava seu lugar no mainstream da meca do cinema, mesmo depois do grande sucesso conquistado por produções como O Exterminador do Futuro II: O Julgamento Final (1991) e True Lies (1994). Cameron planejava seu projeto mais ambicioso, um romance épico de ficção baseado no naufrágio mais famoso da história, a viagem inaugural do Titanic, partindo da Inglaterra aos Estados Unidos, em 10 de abril de 1912.
Assim como o majestoso transatlântico que dá nome ao filme, a obra de Cameron surpreende pela escala de tudo que envolve sua magnânima produção, dos milhares de figurantes, da réplica do navio em 90% do tamanho original, os suntuosos cenários, os elegantes figurinos, a precisão dos objetos de cena e os efeitos especiais inacreditáveis para a época em que foram produzidos. O perfeccionismo quase tirânico do cineasta chegou ao limite neste trabalho, com uma precisão histórica invejável, mostrando todo o seu talento, ousadia, arte e paixão por trás das câmeras (todos os desenhos de Jack que aparecem no filme foram desenhados pelo próprio cineasta, por exemplo).
O elenco da produção é outro grande acerto da obra. Leonardo DiCaprio tem aqui seu papel mais famoso de sua invejável carreira. Seu Jack Dawson é um aventureiro sonhador, um artista sem recursos que após ganhar num jogo de cartas embarca no Titanic e acaba se apaixonando por Rose Bukater, numa viagem que mudaria sua vida para sempre. Kate Winslet interpreta Rose, uma jovem rica que esta de casamento marcado com o milionário Cal Hockley (Billy Zane). Rose que inicialmente parece somente mais uma garota mimada e inocente, revela-se uma mulher determinada, culta e rebelde, não se submetendo a condição machista que a maioria das mulheres da época eram condenadas. O elenco coadjuvante é repleto de grandes nomes, como Kathy Bates, Bernard Hill, Gloria Stuart, Frances Fisher e Bill Paxton, parceiro habitual de Cameron em suas produções, representando aqui o "alter-ego" do cineasta em sua odisseia para levar Titanic as telas.
Vencedor de 11 Oscar (feito igualado somente por Ben-Hur e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), todos merecidos, além de outras 3 indicações, Melhor Atriz (Kate Winslet), Melhor Atriz Coadjuvante (Gloria Stuart) e Melhor Maquiagem, Titanic consagrou-se como um clássico imortal do cinema mundial. Claro que um sucesso desta escala acabaria por incomodar muita gente, que se apegam à pequenos deslizes da produção, na tentativa de anular sua inquestionável relevância para o cinema. O roteiro, que apesar de alguns clichês e excessos narrativos típicos de Cameron, é bem amarrado e de uma fluidez exemplar. Muitos criticam a bela canção-tema "My Heart Will Go On" de Celine Dion (que só rola nos créditos finais), "marca registrada" da produção, que por sua incansável veiculação na mídia após o seu lançamento, acabou por desgastar sua força. Por outro lado, a trilha sonora composta por James Horner é de uma beleza ímpar, sendo tensa, emocionante e tocante nos momentos certos da projeção, num trabalho não menos que magnífico do compositor.
Mesmo 17 anos depois de seu lançamento, Titanic permanece como uma das obras mais poderosas e importantes do cinema e hoje, longe de toda a polêmica que cercou seu conturbado lançamento (a imprensa da época chegou a veicular notas anunciando o fracasso retumbante que seria a produção, fato este que felizmente não se concretizou) pode ser melhor analisado. Gostando ou não (difícil é ficar indiferente), o fato é que Titanic permanece como um épico majestoso e atual, uma obra que levou multidões aos cinemas, redefiniu as regras de um blockbuster e mostrou que no cinema tudo é possível.
Excelente texto. Filme Top 10 de sempre.
Valeu Marlon. 😁
Belíssimo filme! Já são incontáveis as vezes assistidas. A intensidade dos acontecimentos e como a tragédia/drama/romance são bem articulados, é o que me cativa. Um clássico que mereceu/merece reconhecimento até hoje.
Bom texto! 😉
Gosto do ritmo lento, preparando bemCameroneno para a catastrofe que se seguira, alem da super producao. Mas nao me toca por completo. E, embora eu nao concorde com a afirmacao inicial sobre Cameron, sempre admirei sua ambicao profissional.