"A consagração de um diretor, que não tem limites para a imaginação"
Mesmo com uma filmografia consagrada nos anos 70 e 80, com diversas obras-primas de grande repercussão mundial, como 'Tubarão (1975)', 'E.T: O Extra-Terrestre (1982)' e 'Os Caçadores da Arca Perdida (1981)' no currículo, Steven Spielberg não se acomodou. Depois de desapontar seus fãs com o fraco 'Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991)1, se superou e lançou dois de seus melhores trabalhos em apenas um ano, 1993, o excepcional 'A Lista de Schindler' e claro, 'Jurassic Park: Parque dos Dinossauros', dois projetos distintos, mas que revolucionariam o cinema de forma notável.
Com este trabalho, Spielberg mostrou ao mundo, que no cinema, não há limites para a imaginação, onde o espectador pode ser levado à lugares fantásticos pelo preço de um ingresso. Mas é claro que para isso ser possível, assim como no filme, é preciso muito investimento, além de um profissional talentoso que ame sua criação, para que torne tudo isto possível.
Os efeitos especiais atingiram um novo patamar com Jurassic Park, proporcionando um realismo poucas vezes visto no cinema. Os dinossauros criados pelos estúdios de Stan Winston são extraordinários, com um visual soberbo e movimentos rigorosamente realistas (um especialista foi contratado como consultor). Spielberg desejava utilizar a técnica do stop motion para as sequências mais movimentadas envolvendo os dinossauros, até ser surpreendido com um T-Rex em CGI criado pela equipe da Industrial Light & Magic, e perceber que já era possível utilizar modelos em CGI, sem que o público notasse a diferença.
A escalação do elenco foi outro acerto. Sam Neill está perfeito como o D.r Alan Grant, conseguindo representá-lo com eficiência e o carisma necessário. Laura Dern, Jeff Goldblum e Richard Attenborough, mesmo sem muito espaço em tela, marcam presença e constroem personagens convincentes. Claro que não poderia faltar as crianças (marca registrada de Spielberg), interpretados com talento pela dupla Joseph Mazzello e Ariana Richards, que infelizmente desapareceram depois da participação neste filme.
Outro ponto que vale ressaltar é a trilha sonora. O sempre eficiente John Willians realizou outro trabalho memorável, com notas que ficarão na sua cabeça por muito tempo. Sua "presença" mais notável é na chegada de helicóptero à Ilha de Nublar, convidando o espectador para a grande aventura que está por vir.
Não podemos nos esquecer da direção genial de Steven Spielberg. As cenas são de um brilhantismo incomparável, com tomadas perfeitas que dialogam com o espectador, além de criar um nível de tensão crescente. São muitas as cenas que já entraram para o imaginário popular, sendo a mais marcante a primeira aparição do T-Rex. Vale destacar também o primeiro contato dos personagens com um gigantesco braquiossauro, deixando-os, assim como os espectadores, boquiabertos com tamanha perfeição.
Como deu para perceber, são muitas as qualidades do filme, que ainda incluem um som espetacular e uma narrativa envolvente. Porém não podemos ignorar o fato de se tratar de um projeto comercial, e consequentemente apresentar alguns clichês e situações inverossímeis, que não comprometem o resultado final, que é bem acima da média.
'Jurassic Park: Parque dos Dinossauros' se consagrou como um dos melhores blockbusters dos anos 90, e provou a máxima de George Mélies, de que o cinema é uma fábrica de sonhos, onde tudo é possível.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário