Christopher Nolan conseguiu ser bastante impressivo algumas vezes antes. Em ‘Amnésia’ trouxe uma narrativa que era muito além do que muitos cineastas poderiam criar já na sua segunda obra, o que acabou lhe rendendo uma indicação pelo roteiro do filme. Em ‘Batman Begins’ Nolan despiu o herói morcego de todos os vícios que o rodeavam e trouxe algo novo para o novo filme da franquia, o que só melhorou com ‘O Cavaleiro das Trevas’. Em ‘O Grande Truque’ fez com que cérebros explodissem ao término da sessão, com um desfecho tão impressionante que há tanto não se via. E ‘A Origem’?
Repleto de cenas belas tanto na estética quanto na filosoficamente, o filme que fez com que Nolan deixasse seu trabalho com a franquia Batman de lado é muito mais que uma pessoa normal pode entender de instantâneo. Em certos momentos era preciso uma pausa par que tudo aquilo fosse digerido. Porém, o longa não traz essas pausas, sendo exibido num ritmo frenético do início ao fim, até mesmo em cenas de câmera lenta.
O uso do slow motion soa muitas vezes cafona e nem é preciso pensar muito pra lembrar-se de um exemplo (‘Invictus’ o quê?), mas em ‘A Origem’ isso foi algo muito bem utilizado e não da forma moderada, já que foram inúmeras cenas que precisavam de tal efeito. A luta em câmera lenta com o personagem do Joseph Gordon-Levitt é uma de muitas cenas épicas que o filme possui, sendo também um dos maiores motivos para exaltar o trabalho excepcional de direção que Nolan executou.
E não foi só na direção que Nolan impressionou. A qualidade do roteiro é algo tão soberbo e inesperado que só assistindo para perceber. A premissa absurda de poder entrar nos sonhos das pessoas estava mergulhada numa filosofia sólida, crível e, sobretudo, complexa, lemrando até aquela que até hoje gera conversas longas sobre ‘Matrix’. Diálogos de uma genialidade absurda entre personagens que não precisaram de apresentações para convencer fizeram de ‘A Origem’ o absurdo que é.
3º lugar no ranking do IMdB é de fato um exagero, mas, sinceramente, após a sessão de um filme como esse, quem quer saber de ranking? O desfecho é algo que por si só vai gerar comentários suficientes para que essas coisas menores passem despercebidas. Sonho? Realidade? E quando o sonho passa a ser mais real do que a própria realidade? Todas as teorias são válidas. Christopher Nolan provou o porquê de ser um cineasta tão elogiado, mesmo sem o apreço da Academia. ‘A Origem’ é uma experiência única.
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