Compreendamos: Altman foi um grande diretor lá pros anos 70 e 80, como dois grandes filmes nos 90: Short Cuts e O Jogador. Após isso, que eu tenha visto o originalíssimo cineasta não produzira nada de muito instigante. Esse Kansas City é um filme razoável. Tentativa de homenagear o gênero gângster, acaba tornando-se algo frágil e inexpressível, sem força, que salvo as boas e caricatas atuações seria um filme enfadonho recheado de um bom Jazz.
Os filmes de Altman beiram o cult, apenas beiram, buscam naquilo que os USA fizeram de melhor e dá uma roupagem soft, um estilo inteligente de roteiro principalmente. Há personagens demais, todos participativos a sua maneira. Estilo único, futuramente copiado por cineastas como P. T. Anderson. É o cotidiano revelando o óbvio de maneira especial, dando vida a "vida", mostrando o quão morna e banal é, por exemplo, o final de uma rádio ou a vida de um bando de gangsteres.
Embora com ótimos atores, Altman parece não explorar muito bem o potencial de cada um. Vá lá que Harry Belafonte demostre extrema desenvoltura como Seldom Seen, espécie de paródia a Vito Corleone. destaque-se também, Jennifer Jason Leigh, ótima atriz, de grande capacidade expressiva que cai como uma luva nas caracteristicas de sua personagem. Por outro lado, Steve Buscemi um tradicional e dinâmico coadjuvante, está apagado frente as proposições que Altman coloca em seu personagem.
Com uma bela Trilha Sonora regada ao melhor do Jazz, que as vezes parece ser mais importante que a própia história, vemos um capricho de Altman, mas que cabe verossimilhantemente a realidade do uinverso de gangsteres de Kansas nos anos 30.
Enfim,um filme que tem lá suas qualidades presentes graças ao talento de seu diretor, que torna seus filmes inegavelmente particulares, e sinceros com sigo mesmo, mas que acaba ficando bem distante de uma imbricada trama que aproxime o espectador.
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