Os Indomáveis optara por utilizar as verdadeiras "fórmulas" dos western, gênero em crescente desuso, e o resultado surpreende. Aliado a uma boa direção e com elenco exemplar, o filme pode não ser como muitos disseram: "O Melhor western desde 'Os Imperdoáveis'", mas satisfaz grande parte dos fãs do gênero, seja pelas ótimas tramas, seja por grande parte dos "valores" do faroeste americano se fazerem presente, e, principalmente, por transpor com mestria o "clima" do gênero, devido tanto às boas locações, quanto ao belo figurino.
No elenco faziam-se presentes atores do calibre de Russel Crowe, Cristina Bale e Ben Foster, na Direção James Mangold , diretor com bons filmes no currículo e em crescente ascensão.
Refilmagem de Galante e sanguinário, western lá da década de 50, no tempo em que o gênero era moda em Hollywood e tinha em John Ford seu representante máximo, 3:10 to Yuma recebeu uma tradução para o Português um pouco genérica e sem criatividade, e até sem um pouco de nexo com o desfecho da história.
A história trata do fazendeiro Dan Evans, interpretado por Christian Bale (os dois Batman de Cristopher Nolan, Não estou lá, além de um dos meus filmes favoritos - e pra mim, sua melhor atuação - O Operário). Atormentado com suas dívidas, fato que gera um desconforto em casa, pois seus filhos estão com fome e sua mulher não o "olha" mais; Evans certo dia tem seu celeiro queimado por um cobrador ele se depara com uma desesperadora situação, após o acontecido, seus sai com seus filhos William, interpretado por Logan Lerman (Número 23 e Efeito Borboleta) e Mark, interpretado por Benjamin Petry, para levar o gado para pastar. No caminho, algo mudaria suas vidas, o perigoso bandido Ben Wade, interpretado pelo talentoso Russel Crowe ( Gladiador, Uma Mente Brilhante e O Informante) e seu bando assaltando a uma diligência. O homem que fora roubado, Grayson Butterfield, Dalas Roberts ( A Casa do Fim do Mundo e Jonhy e June) decide oferecer a Evans uma recompensa em troca de ajuda para levar Wade, preso quando estava saindo de um hotel na cidade vizinha, para o trem das 3 e 10 com destino a prisão de Yuma. Só que até lá, vários acontecimentos tornaram tão missão um desafio tremendo, pois no encalço deles estará o bando de Wade, liderados por Charlie Prince ,Ben Foster(Alpha Dog) incrível.
Apesar de contar com vários elementos dos westerns tradicionais, a Direção de James Mangold (Garota Interrompida e Johny e June) em Os Indomáveis acrescenta novas experiências, como o fato de torcemos tanto pro herói tanto pro vilão, que se ajudam várias vezes, isso claro preservando e admirando os valores reciprocamente, os dois seguem seus designos, todavia, não deixam sua honra de lado, não agem com má fé com pessoas que julguem eles terem princípios e valores também.
As atuações são efetivamente muito boas, embora acredite que os coadjuvantes tenham se saído melhor que os protagonistas, principalmente Ben Foster, que faz o seu melhor papel, um jovem ator que ainda tem muito a crescer na carreira. Destaquem-se também as atuações da bela Gretchen Mol como Alice Evans, esposa de Dan, além da exemplar atuação de Peter Fonda como Byron McElroy, um homem de passado sombrio.
Tecnicamente o filme se destaca bastante, acredito que foram poucas as indicações que o filme recebeu ao Oscar: Som e Trilha Sonora, quesitos que eu não tinha achado nem os melhores da parte técnica.
O grande trunfo, é sem dúvidas, o realismo presente nos figurinos assinados por Arianne Phillips ( O Corvo, Identidade e Johny e June). Destacam-se também a excelente Direção de Arte de Greg Berry. Já a Fotografia de Phedon Papamichael ficou devendo um pouco, devia ter explorado um pouco mais a imensidão do lugar, certas cenas que poderiam ganhar um brilhantismo a mais diante de uma bela fotografia foram renegadas ao plano de cenários, o sol escaldante se faz distante do olhar das pessoas, salvado-se apenas poucas passagens, esse quesito pisou na bola ( o que chega a ser estranho por parte de um western)
Com um orçamento de aproximadamente 50 milhões de US$, Os Indomáveis não chega a dar novo ânimo ao gênero, e embora tenha conquistado uma bilheteria relativamente satisfatória, o filme passou meio despercebido. Todavia, é sim um bom filme, ágil, dinâmico e com uma boa história, vale a pena assistir.
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