Grande exercício de cinema é um primor em técnica e simbolismo. Hiroshima Mon Amour elevaria a linguagem do cinema a um patamar de arte.
Incrível como há filmes que conseguem sobreviver até mesmo o desgaste de seus temas. A Segunda Guerra no cinema já foi vista sobre prismas dos mais distintos possiveis: paródia, drama individual, coletivo, biográfico, romântico, etc. Mas Hiroshima meu Amor não precisava amparar-se em nenhum tipo de generalização para entrar de maneira particular naquele contexto. Sua força reside em ser um romance único por ser tão instigante, tão diferente, tão belo.
Discorre sobre o amor( seria carnal? ou ambos se apaixonaram pelas peculiaridades do outro em tão pouco tempo?) de uma francesa - todos os personagens não tem nome algum - e um japonês, ambos casados. Todavia, o filme longe de ser um mero caso extra-conjugal extrapola os limites do própio fazer cinema e mescla elementos documentais, literários, existencialistas e políticos, tudo de maneira poética e sincera. Os personagens de Resnais tem tanto espírito própio, que os curtos 90 minutos nos lançam dezenas de indagações sobre eles em si, sobre eles diante daquele amor tão intenso sentiam.
Resnais trabalha de uma maneira única o tema da Segunda Guerra, o início de Hiroshima meu Amor tem muito do igualmente elogiado Noite e Nevoeiro, documentário de Resnais, feito tempos antes. O estilo documental bem particular. Nos outros momentos, onde conheceremos melhor nossos personagens, fica claro as reflexões sobre a memória, que perpassa todo o filme e ganha intensidade ao momento em que o casal pensa seu romance e romances do passado de Ela.
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