Pior do que seus três anteriores, Harry Potter e o Enigma do Príncipe lança a série devidamente em um mundo em que há de tudo, menos magia.
David Yates é um diretor decididamente inseguro, tentando dar um tom mais adulto ao filme optou por insistir em casinhos amorosos entre seus personagens, pior ainda, deu a seus coadjuvantes mais densidade nos seus casos amorosos, tudo isso, lançou o filme em um mar infindo de descabimento com a provável proposta a que se intentava o filme. Afinal, o mundo de Hogwarts dever-se-ia estar envolto de terror e medo por parte de todos. Em contrapartida, vemos todos cheios de humor-negro entre si e, mais ainda, preocupados tão somente com suas paqueras adolescentes.
A série em si é estruturalmente medíocre, há sempre uma breve passagem no mundo real, onde acontecem alguns probleminhas de praxe; depois, é hora de ir para a Escola de Magia, Hogwarts; há o banquete, algumas conversas, Draco Malfoy (Tom Felton - o melhor ator com menos de 25 anos ) aparece; temos as aulas; e depois a aventura final para fazer jus ao título da série, algo mesquinho. Mas tudo bem, prometeram mais amadurecimento, ta certo, há mais sangue, sensualidade discreta, etc. Só que a emoção do filme em si é rasa, algo que fora bem executado nos bons Prisioneiro de Askaban - o melhor da série, de longe - e Cálice de Fogo, e em menor grau em A Ordem da Fênix, aqui desaparece.
Vemos que as atuações melhoraram significativamente, Daniel Hadcliffe, como o bruxinho Harry, melhorou sobremaneira, principalmente suas expressões faciais, está mais seguro em cenas que o exigem. Emma Watson está bem, embora as cenas que Yates a colocou para fazer apenas sirva para constrager a pobre atriz, Hermione, sempre segura de si, dexa transparecer demais seus sentimentos, está frágil, desequilibrada frente ao ciúme que sente. Rupert Grint, Ron Weasley, é bom ator, partcipa demais no meio do filme, mais do que o própio Harry, cumpre bem seu papel de bobão desde o primeiro longa da série. Michael Gambon,professor Dumbledore demostra a segurança de sempre, firme em seu personagem. Alan Rickman é perfeito, ele consegue dar a alma ao seu personagem, Severus Snape, desde os primeiros filmes consegue se sobressair por sua ambigüidade e humor sarcástico. A atuação de Rickman é tão precisa e sem exageros que não seria estranho - falo seriíssimo - vê-lo pintar no Oscar que vem (lembremo-nos de Ian McKellen, como Gandalf), algo mais justo do que fora a indicação de Josh Brolin no desse ano. Com relação às outras atuações, é incrível ver como Hagrid(Robbie Coltrane) perdeu espaço nesse sexto filme, em contrapartida, o louvável Tom Felton, como Draco Malfoy, ganha densidade e mostra seu grande talento como ator.
Tecnicamente o filme está impecável. A fotografia amplia seu raio de perfeição, o que antes se destacava apenas fora de Hogwarts tem adentrado ao interior da escola e explorado tons laranja e azul em perfeita harmonia. Os Efeitos Especiais fazem jus o alto orçamento, e desde o inicio mostra que não vai poupar esforços para impressionar o espectador, já que as nervosas e nada intimistas câmeras de Yates decidiram passear por Londres a toda velocidade, fica parecendo até filme-desastre no começo. Maquiagem perfeita - vide Bellatrix Lestrage ( a excepcional Helena Bohan Carter), decoração arrojada ( a loja dos Weasley, a Escola, como sempre). Tudo muito bem trabalhado. Louve-se.
Porém, tudo isso não salva um filme, tem que ter uma boa história, tem que ter clima, tem que dar uma razão pra tudo. Yates até que dirige boas cenas - a final, a de Harry e Dumbledore na caverna -, mas o roteiro fica um tanto descerebrado, cheio de furos inexplicáveis. O que leva o final da série para uma absoluta incógnita, afinal, se esse que é um dos mais fraquinhos da série se safa através de poucas resoluções, imagine os dois próximos filmes, ansiosos por respostas gerais, destinos para todos. Será que o (des) embalo de Yates levará a saga do bruxinho a um incomodo final ou superará nossas expectativas?
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