(500) Dias com Ela abandona os clichês do gênero, e se destaca em meio à falta de inventividade que abrange as comédias românticas dos últimos anos
A cada ano Hollywood nos entrega algumas dezenas de filmes que tem como o objetivo apenas o lucro. Dentro desse mercado capitalista, um subgênero tem destaque, as comédias românticas. Ultimamente elas são caracterizadas por serem patéticas e clichês, e servirem apenas para entretenimento, não mais que isso, e às vezes nem isso. Mas, fora desse protótipo, eis que surge (500) Dias com Ela, diferente dos moldes do gênero lançados recentemente.
A trama gira em torno de Tom Hansen, formado em arquitetura, que trabalha escrevendo cartões. Ele conhece Summer Finn, que agora trabalha como secretária na mesma empresa. Os dois iniciam um relacionamento, Tom se apaixona, mas Summer tem um conceito sobre o amor totalmente diferente, e apenas quer se envolver casualmente.
“Boys meet Girls.”
Bem no inicio já somos avisados de que não se trata de uma história de amor, eles se conhecem, ele se apaixona, ela não. Partindo dessa premissa, temos Tom Hansen, formado em Arquitetura, que acaba em uma empresa escrevendo cartões comemorativos, sem muitos objetivos de vida, um tanto frustrado e bastante inseguro. Logo surge Summer Finn, a nova secretaria, por quem lhe é despertado um certo encanto. Tom não é muito adaptado aos relacionamentos modernos, aos seus altos e baixos, e aos novos rótulos e características impregnados a esses tipo de casos. Summer, aparentemente mais experiente nesse tipo de situação, deixa bem claro seus conceitos sobre o amor, e principalmente, sua visão em relação ao que quer com Tom. Depois de passarem um tempo se conhecendo, ele sente-se incentivado por algumas atitudes de Summer e, digamos que se entrega a esse enlace.
A partir disso, várias reviravoltas acontecem na história dos dois. O mais interessante é como essa historia é contada, de uma forma arrojada, não-linear. O diretor Marc Webb opta por vários artifícios que torna a obra mais cativante e original, inclusive, conhecido pela direção em clipes musicais, ele se sai otimamente em sua estréia no cinema. A narrativa visa intercalar os dias mais relevantes nesse registro, incluindo elementos que propiciam um contexto mais enriquecido e valoroso, como a metáfora usada pelo diretor na cena em que Tom sai dançando pela rua, transmitindo o quanto o protagonista estava feliz pela noite anterior.
Sobre o casal de protagonistas, Joseph Gordon-Levitt é carismático e se sai muito melhor no filme em questão e posteriormente em A Origem, do que em toda sua carreira anterior a isso, e Zooey Deschanel, está exuberante, a reciprocidade com Joseph é notória, em um papel muito maior do que em Quase Famosos ou Fim dos Tempos.
A trilha sonora e as referencias a cultura pop são outros fatores importantes que fazem de (500) Dias com Ela uma obra mais qualitativa, e diferente. Composta por alguns hits da The Smiths, algumas gravações da própria banda de Zooey Deschanel, e entre outras músicas que parecem ter sido compostas exclusivamente para a trama, de tão bem adequadas que ficaram.
Enfim, não se trata de uma comédia romântica convencional e conveniente, e sim um caso raro do gênero, sem personagens intempestivos ou artificiais, pode-se considerar um retrato verdadeiro das tragédias que acontecem em tais relacionamentos modernos. Isso aderido a uma direção segura e ágil de Marc Webb, com uma narrativa original, e uma trilha sonora perfeita, cominam em (500) Dias com Ela.
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